terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Rapidez na telona


Não é de hoje que vemos nas telonas adaptações de bons livros, mas o que eu tenho observado é a rapidez com que atualmente bons livros estão virando filmes, tão rápido que não dá nem tempo de ler tantos, e claro que ver filme é mais rápido e mais barato, temo a perda da essência da leitura para muitos. Claro que é sempre ótimo comparar uma obra a outra, umas dá raiva até. Depois de O Senhor dos Anéis e Harry Potter, não demorou para ser lançado O caçador de Pipas, agora Marley e eu, Crepúsculo e breve O menino do pijama listrado (aqui em Recife). Livros tão recentemente lançados. Nada contra, claro. Mas com uma pontinha de desconfiança, sempre. O jeito é acelerar a leitura, antes de acabar descobrindo o final do filme/livro no bom e velho boca-boca. Afinal os filmes têm uma disseminação extraordinariamente rápida. =/

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Para não cair no esquecimento


Engraçado como basta a rotina da gente mudar e começa logo tudo a sair do cotidiano habitual, deixamos de lado coisas que gostamos de fazer e etc e tal. Capinamos as mínimas brechinhas no dia atormentado pelo muito a fazer para não deixar tudo cair no esquecimento. É assim o fazer parte do crescer, chato, mas real. E aí passa alguns por aqui e por ali cobrando sua ausência (ou presença, tanto faz afinal) pelos pontos antes bem freqüentados. Isso é bom, deixamos marcas. E por essas marcas sempre vale a pena um retorno rápido para dizer um oi, e quem sabe retomar muito do que deixou por fazer.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Um dia vc aprende

Um dia você aprende que...
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você é na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você mesmo pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Como cães e gatos?


Praia, sol, caldinho, cerveja, grupo de amigos e muita conversa jogada fora, e entre elas sempre se destaca o tema relacionamento. Dentro do relacionamento o destaque dessa vez foi para o tema traição, onde um biologozinho bancando o engraçado falou sorrindo que a biologia explicava tal ato e fato. Perguntaram logo para a biologazinha ao lado se ela concordava com o dito. Sim, concordo a biologia explica sim, não só a masculina, mas também a feminina. Afirmou. Discussão implantada. Para os homens traição é um assunto sem muito peso, a maioria afirma ter traído, porém, não gostam muito de falar quando são eles as próprias vítimas. Para as mulheres assunto-peso-maior, já que a maioria (ou todas) afirma já ter sido traída. E o papo já trai é quase um tabu, exceto quando a roda é extremamente feminina.
Acho que no esquema mocinho e bandido, ambas as partes têm um pouco, principalmente levando em consideração vários tipos de traição. Sim vários tipos, por que algumas são até piores do que a física. Lembro-me de um episodio de Sex and the City, onde o namoradinho da vez de uma das maluquinhas fazia sexo em companhia de um vídeo erótico, onde ele conhecia todas as garotas por nome jeito e trejeitos, os ais e uis eram acompanhados pelos nomes das bandidas televisivas. Argh, traição psicológica, é o fim.
A traição por vezes vem justificada por N’s motivos, por vezes nem percebido por uma das partes. E seja ela por carência, por ausência, por perda de afeto, ou de tesão, ou como a mais comum de todas e todos: por pura safadeza. O sabor de ser traído não é lá tão bom de apreciar. E nem precisa querer ser o Zé Mané sincero, Poupe-me.
Algumas vezes a traição é vista até como um graças a Deus me livrei. E este é sim o fato, queiram ou não queiram, ambos os sexos estão aptos a trair a qualquer momento, basta perder um pouco do pudor, esse é o que faz alguns apertarem o freio. Porém, algo mais importante do que a fidelidade deve ser mantido intacto, o respeito. Este sim não deve ser corrompido nunca. E para aqueles que usam a biologia para explicar ou se sair bem do tema, lembre-se; todo o comportamento é influenciado pelo meio, e é por isso que cães e gatos fazem amor na rua e nós (na maioria das vezes) não.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

To beer!

Sábado, acorda e vê um lindo dia ensolarado daqueles de dá praia. Sai com um único intuito, assistir e apresentar trabalhos na faculdade.
Chegando sua vez é acusada de plagiar o seu próprio trabalho.
Pega o ônibus para ir para festa (meia hora de espera), quando entra e senta no bus aquela infeliz vontade de fazer xixi, não xixi não, mijo mesmo, dos brabos e grandes. Detalhe observado, ônibus pego faz um arrudeio do carai e nele tem um moleque infeliz berrando sem derramar uma lágrima desde que entrou. Respira, respira tá tudo bem, você consegue, abre o botão que dá, não, pera, abre o zíper também. Ufa chegou, agora ta perto da casa do seu amigo, o da festa. Uma ladeira, outra e outra, Deusdocéu.
Chegou, feliz! Banheiro! Ondé ? Ali em cima...Uma escada a mais. Éumaporramermo.
Cansada, fedida, quase embriagada de álcool e sono, vai para festa dois, a do boy. Boazinha ajuda a comprar, arrumar e etc. Mesmo com a cara meio feia de cobrança do boyzinho, sorri e faz pose de olhatatudobemmóbem. Agrada, chama, chamega.
De olho na colega da amiga e nos seus olhinhos de eu-como-o boy-do-próximo. E como um sexto sentido feminino dos fodas, continua a beber e sorri e falar merda, como todos que seguem essa linha. Mas bingo, tava certa. Olho no lance e flagra no romance.
Projeto barrado, xixi imprensado, e relacionamento acabado.
E aí termina a noite com a pergunta do grande ShakesBeer: to beer or not to beer?
To beer.
I agree.
Moral da estória: todo castigo pra corno é pouco :p
Não ria o próximo pode ser vc!

sábado, 4 de outubro de 2008

Serendipity


CUANDO EL AMOR ES MÁGICO SE LLAMA DESTINO.
Sempre engraçado ouvir ou falar do tão misterioso destino. Sim, aquilo ou aquele é a minha sina, comentam. No dicionário a definição é simplória, uma sucessão inevitável de acontecimentos. E é claro, que falando de destino, tão claro deixa abertura para a palavra: pré-destinado. Em outras palavras diz-se: não importa o que fizera aquilo ia sim acontecer. E o livre árbitro? Existe? Se, no fim de tudo deixamos mesmo é o coração falar, e ouvimos. E ele em sua maioria decide por nós. Tenho dúvidas se o livre árbitro é de fato inimigo do destino, ou se esse não passa de um pequeno desvio que nos coloca mais tarde na mesma estrada. E sei que, é sempre delicioso apreciar uma pequena estória romântica de pré-destinação, seja no filme, no livro, ou mesmo na vida real. E que bom será se o protagonista for de fato você. Afinal, as estrelas são misteriosas demais para não ter algo escrito nela.
*
*
*Serendipity = capacidade de fazer descobertas importantes por acaso.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Satisfação


O primeiro olhar pela janela ao despertar,
o velho livro volto a encontrar,
rostos entusiasmados,
neve,
a mudança das estações,
o jornal,
o cão,
a dialética,
banhar-se,
nadar,
música antiga,
sapatos cômodos,
compreender,
música nova,
escrever,
plantar,
viajar,
cantar,
ser amável.

Satisfação, Brecht.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Todo bêbado tem história, parte I


Se levantou da mesa para ir ao banheiro, entrou! Exclamou: puxa reformaram! Tá tudo diferente, exclamação devido ao novo local da pia, antes era de um lado agora é do outro. Observou, gostou. Virou e pensou: putz invenção nova! Como é que usa? Pisca duas vezes, encolhe os olhos e diz: puta merda é um mictório, banheiro errado.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Essencial



"A dor é inevitável, Mas o sofrimento é opcional
Aquele que não sabe a que coisas atender
E quais ignorar,
Atende ao que não tem importância,
E ignora o essencial."

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sobre a Vírgula:


Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.

Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.

23,4.

2,34.

Pode ser autoritária.

Aceito, obrigado.

Aceito obrigado.

Pode criar heróis.

Isso só, ele resolve.

Isso só ele resolve.

E vilões.

Esse, juiz, é corrupto.

Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.

Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.

Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

Detalhes Adicionais

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.

Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.


ABI (Associação Brasileira de> Imprensa). 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Recomendo um livro

Depois do maravilhoso Quando Nietzsche chorou, me aventurei em mais uma obra de IRVIN D. YALOM. Solidão, desprezo, obsessões amorosas, depressão... Irvin Yalom traz a história de dez pacientes que procuraram soluções para seus problemas cotidianos, buscaram terapia e que se depararam com as raízes das próprias dores da maneira mais crua. Mostrando como é possível enfrentar as verdades da existência e aproveitar tal poder para mudar e crescer em nível pessoal.

Gosto por maçãs

Até que ela tinha lá seu lado romântico, mas nunca deu muita bola para o chamado romantismo. Além da falta de romantismo aguçado descobriu bem rapidamente que se apaixonava em demasia e, tinha algo diferente dos outros mortais de sua espécie e sexo, ela não sofria pela perda do amor, pelo menos não em exagero. Pra falar bem a verdade ela sofria só pelo impacto de uma notícia ou atitude ruim (uma hora, duas, talvez 24h). Com experiências vividas e sentidas compreendeu que ela pouco dava importância para o tamanho do amor que tinha pelas espécies do sexo oposto. Para ela nada era mais excitante e apaixonante do que ter o que o outro era capaz de dar, por isso o seu desapego tão rápido, quando começava a receber de menos... puft...desapego. Ela sim não queria viver com o seu Grande Amor, mas sim com o amor, pelo menos o sentimento bom que esperamos que o amor passe. E ele sempre passa. Afinal de que vale um grande amor (pessoas) nas mãos se o amor (sentimento) está sendo pouco vivido. Aparência? Profundas mentiras?
Ora bolas, era sim melhor está com o boy da esquerda, aquele que estava sempre no mesmo barzinho, que era carinhoso, que mantinha conversas e risos, do que ficar pairando pela ausência do Grande Amor. E nem precisa se preocupar que com ela não rola trucidar CDs, fotos e memórias. Tampouco cara feia e maus tratos. Para ela o primeiro ato para o esquecimento total dos que passaram e agitaram mais do que devia, era sim manter a lembrança ali, e não mais se importar com elas. Aliás, jogar fora aqueles ótimos presentes recebidos era mesmo uma besteira (viva o materialismo sem preconceito).
No jogo do amor aprendeu com as letras ouvidas do seu Raul, onde ele dizia em claro, bom tom, melodia e rima: quem gosta de maçã, ira gostar de todas, porque todas são iguais.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Primeira do plural


“Parafraseando” e alterando Lispector: Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento. Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Nós somos uma pergunta. Frase lembrada após ouvir uma conversa paralela. O assunto dado era a respeito do boy que ela achava está preocupado com a falta de fidelidade com o amigo. Ué, disse ela, depois que ele consumiu o fato ele veio perguntar todo assim se o amigo havia demonstrado interesse por ela. Agora é tarde, concluiu meio sem ligar também.
Que nada, respondera a amiga, se você tivesse respondido que sim, isso só aumentaria o desejo dele, conheço a peça. Afirmou entre risinho irônico e piscadela de olho.
Pasma não ficou, claro!
Já sabia do tipo amizade masculina: nada não pow, come aí, depois eu vou e como também. Tu comes, eu como, e nós comemos mais uma. Brinde e virada de copo e de página.
¬¬

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O contrário é o conveniente


"O contrário é o conveniente. Sempre que você sentir raiva
de alguém, aplique esta máxima. Trata-se de fazer exatamente o
contrário do que seu corpo está pedindo. Acredite em mim: produz
milagres."
Francesc Miralles

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Hipocrisias do amor.

Uma mistura do humor do Garfield (tirinha: Aja naturalmente) com o uma pitada sofrimento do Jovem Werther, foi a receita para a criação da postagem. Consigo ter cócegas quando ouço coisas do tipo: perdi a fé no ser no ser humano, no amor, no relacionamento, na esperança, na vida. Nhem, nhem, nhem e, muita hipocrisia. E o mais engraçado ainda é ver que pessoas quem repetem incansavelmente o fatídico jargão são as que mais caem de amores quando recebem o mínimo sorriso paquerador. Levam tão a sério essa estória de morrer de amores, que realmente morrem. E morrem na pior forma que o ser humano pode morrer: perdem a graça.
Quem desperdiça o amor que chega por seqüelas passadas merece mesmo ficar sozinho. E que viva com a companhia do espelho.
Nas entrelinhas do livro Amor em minúscula (Francesc Miralles),o professor solitário interpreta o amor do Jovem Werther por Charlotte, de forma diferenciada da habitual interpretação geralmente dada ao clássico de Goethe, e para ele Whether não morre por amar, mas por falta do amor, principalmente o próprio.
Falta de amor? Será?
Dar mais do que receber... Receber mais do que dar... E daí? Quem vive de proporções é a matemática.
Hipocrisias à parte, o viver bem é prazeroso, o reconhecer que cada um é cada um, e todos temos muito de diferente, e muito de igual também, é fundamental. Atribuir a relacionamentos futuros os desamores do passado faz com que a partida chegue ao fim antes mesmo do primeiro tempo. Aliás, todos nós já passamos pela fase: só vilões dos contos de fada (Bruxa-do-desapontamento, Monstro-do-Pé-na-bunda, Fantasma-do-amor-verdadeiro, Lobo-da-desilusão). Quem já não teve um cara-a-cara com um destes? Ou com todos estes? E quem nunca vestiu a fantasia de um destes? Ou de todos estes?
Então, relaxa, senta num bar, pede uma cerva, aponta pra a velha fé e rema. Quem vive só de amor não sabe dar valor ao que o amor tem para nos dar.
Como diz o jargão mais repetido do momento: why so serious?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

E tudo mudou...


O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis,
Todos anjos Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Piada Infeliz que aprendi na aulinha da facu


Dona Rainha em visita a um dos belos castelos da época observa ali o avassalador amor entre o galo e a galinha, logo lembra se da sua insatisfação na cama. E pergunta para o guarda soldadinho de chumbo:
- É sempre assim?
-Sim, senhora
-De hora em hora?
Sim, senhora
-Todo dia?
-Sim, senhora
- Quando o Rei passar diga que mandei ele observar o galo!
Minutos depois o Rei pára e observa o galo.
- É sempre assim?
-Sim, senhor
-De hora em hora?
Sim, senhor
-Todo dia?
-Sim, senhor
Pausa de 3 minutos.
*
*
*
-Com a mesma galinha?
-Não senhor, cada dia uma.
Riso malicioso.
-Quando a Rainha voltar não se esqueça de dizer isso a ela.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

- Queres que te diga o que penso?
- Diz!
- Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que vêem. Cegos que vendo, não vêem
Ensaio sobre a cegueira -José Saramago
*
*
Se o filme de Fernando Meirelles passar a metade do que é descrito ao folhear de páginas, teremos na telona algo forte para os olhos e coração.
Dignidade humana é o tema central. Bom livro.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

(Des)apego


Sempre tive medo de ser e estar distante, sempre na mente e coração passara filmes, fotos e fato de família permanentemente junto, essa vontade de ser e estar por perto eram sim o meu nunca escolher ir para longe. A esse sentimento e gosto dava uma única exceção: ao de repente Amor. Sim, esse sim tem o poder de tudo. Fora ele só me via distante da vida familiar por 6 meses ou quiçá um ano. Não tinha explicação, era isso e pronto, embora ressaltasse a violência, a fragilidade feminina, na verdade não tinha lá muita explicação. Lembrava claro, do tempo de infância, onde o período corro-pra-cama-deles, demorou a deixar de existir. Muito pior que chupeta.
Era assim, bastava viajar sem os pais que no prazo de 24h estava chorando por eles, quando a idade avançou chorava as miúdas. Talvez fosse a insegurança da idade, talvez o apego dado, era o gosto do cheiro que me alimentava e me prendia ali. Com o passar dos anos o mau hábito fora deixado para o passado, junto com pequenas e bobas manias de criança (algumas, pois ainda restaram muitas).
E pela primeira vez alguém veio me falar dos meus apegos, fora Ele, quem tanto me ensinou sem ao menos saber (e ainda não sabe dos ensinamentos dados). Embora eu ainda tivesse sim esse apego todo, Ele nunca me perguntara sobre o de repente Amor que falei acima. E eu nuca falara sobre minha exceção. Não entendia o porquê.
Hoje eu me dei conta do que realmente era esse apego, e triste me fez descobrir. Descobri que o apego nada mais era do que a busca pelo que não tinha. É assim quando a gente ama demasiadamente, se apega por simplesmente não ter. Estamos ali, seja este amor de qualquer tipo, vivendo o que não chegamos a viver. Tendo medo de perder o que ainda não tivemos. Onde tudo não passava de apenas sonhos seus. Ai, eu percebi que ao se dar conta que o sonho é sonhado e não simplesmente vivido, vem o choro e o consequente desapego. E você ta ali parada, talvez triste, ou talvez não. Talvez confusa, ou talvez não.
Mas com um único e grande sentimento...
A certeza...Certeza que já pode arrumar as malas e dá a partida.

sábado, 12 de julho de 2008

Sintaxe à vontade

Só para raros é: acreditar naquilo que outrora deixara de acreditar. É aceitar que somos tão pequenininhos de cima da pedra mais alta, podendo assim abrir os braços devagar e se entregar ao vento e lamentar se a maioria das pessoas passa de oito a doze horas por dia fazendo coisas que não fazem sentido na vida delas.
Para elas grite com força, fé e alma: PERMITA-SE! PERMITA-SE!
A gente tem que aprender a morrer, com tudo aquilo que fomos e, tudo aquilo que somos nós. Sem a idéia ilusória de que o dia, à noite e á madrugada são coisas distintas.
Minha vida inteira é meu dia inteiro.
Camarada, viva a vida mais leve.
Não deixe que ela escorregue.
Ou que te cause mais dor.
Saiba do teu valor.
Vai dizer que nossas preces não alcançaram o céu?
Além do mais quem busca nunca é indeciso.
Brinca de ser e estar apenas.
E que venha ... o segundo ato.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Não deixe ser triste o fim


Fim, palavra difícil de se falar e de se ouvir, mas é irônico dizer que o fim pode ser um recomeço. Pra muitos isso é explicado de forma simples: não chegou ao fim.
Discordo duplamente!
Chegou sim ao fim. Aquela fase, aquele momento, aquele tipo de relacionamento, seja amor ou amigo. Estes não voltam mais. Nem os quero.
Pra mim o fim pode ser o novo começo e não o recomeço. Pra muitos, talvez, não sei, tais palavras tenham o mesmo significado. Para mim, recomeçar não significa começar do zero, e sim de onde se parou, ou aquilo que se restaurou. E se você restaura a de existir respingos do passado, quando bons nada atrapalham, bem verdade.
Pra muitos a palavra perdoar (no sentido pequeno e humano da palavra), quando posta em relação a atos e fatos que muito machucaram, é quase impossível de se pensar e improvável de se pronunciar. Puro orgulho.
Sempre fui tida como alguém de perdão dado com facilidade, embora seja uma baixinha mal encarada, e que não gosta de ter brios futilmente atingidos. Porém, acho que me autobenefício perdoando. Aliás, atos e fatos só machucam quando são ministrados por pessoas altamente importantes, por isso, para mim é tão verossímil o perdão. Imaginar não perdoar pessoas que tantas e tantas vezes me concederam momentos tão bons. Impossível. Prefiro esquecer os poucos ruins, e lembrar dos risos dados a dois.
Prefiro me dá o direito de viver coisas futuras e boas com pessoas que mesmo errantes estão no coração. E faço da descoberta dos erros dela, a possível descoberta dos meus também. Somo! Aprendo! Diminuo! E torno este um valor nulo na minha vida. Para que com isso continue mantendo o meu espírito leve e o meu sorriso solto, diante da certeza que dificilmente irei perder alguém em vão.
Até deixo-o partir, mas com certeza jamais será triste o nosso fim. E esse para cada um será um novo começo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Recomendo

Imaginar a vida de grandes nomes é sempre bom. Faz deixá-los mais humanos, faz deixá-los mais perto de nós. Às vezes, nós acreditamos que Celebridades, digo verdadeiras celebridades, são irreais.
Amor, amizade, descoberta, dor, perda, solidão, traição e desapontamento são as palavras-chaves desse bom romance. Regado de belas frases.
Chama a atenção saber que quando descobrirmos fazer parte do comum tudo muda, muda e cura.
Tal livro me intrigou pelo título, logo vem à pergunta do motivo do choro. E confesso, é bonita essa passagem, me surpreendeu saber o porquê do ele chorou.
Recomendo!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Gosto de lembrança


Dias frios e cinzas.

Inverno tem gosto de lembrança da infância.

Banho de chuva, botinha coloridas estilo galocha, capinha transparente com capus, cuidados exagerados de mãe. Chocolate quente, brigadeiro de panela, gibis, livros, filmes (sessão da tarde) e desenho dos bons com direito à pipocas e coberta.
Voltar sozinho da escola era sinônimo de aventura e travessura, ruas alagadas, pés procurando lama. Pinguinhos e pingões, e ao chegar em casa uma bronca da mãe.
Inverno tinha férias, férias tinha Gravatá, Gravatá tinha piscina gelada - fila para o chuveiro quente - bagunça no último quarto e bronca da vovó.
Algodão doce e japonês. Moleton chamava esquente, brincadeiras no clube, sobe e desce ladeira. Estórias de fantasmas, Maria Florzinha, Homem do saco, Papa figo e o medo de dá dó.
Gosto e cheiro de família.
As crianças crescem, mas segue a tradição para os filhos dos filhos e dos filhos.
Inverno é cinza, mas traz lembranças de cores. Dias frios que deixavam os corações quentes. É saudade da infância querida e vivida, e dos tempos que não voltam mais. Inverno quente e é sempre.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Estilo underground

Chuck Palahniuk. Claro!
Livro-filme
Filme-livro
Primeiro assisti ao filme, ordem que na verdade não gosto de seguir, pois gosto de viajar imaginando cenários, personagens, caras, bocas, cenas. Bem ao estilo: eu me sinto o próprio personagem. Incorporo, repito fala. Respiro e como o livro. Como dizia a propaganda: quem ler viaja.
Mas esse como disse fiz diferente, aliás, com esse e muitos tem sido assim.
Confesso que dei uma viajada no final do filme, tudo foi massa, passou bem a mensagem do livro, boa fidelidade, mas o fim, o fim. Não que não tenha sido criativo, nem legal, mas pra deleite daqueles que gostam de uma boa estória, recomendo e, muito bem recomendado o livro. Nota 10. Vibrei por cada frase do final. Na boa, Jack é o cara.
Como a primeira regra do clube da luta é: nunca fale sobre o clube da luta. Deixo a postagem sem mais.

domingo, 22 de junho de 2008

Existe sim

Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo. Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne. Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor. Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.
Martha Medeiros
Foto: Gibi dos anos 80 - A Turma do Arrepio (em destaque o vampirinho Draky, carinha intelectual que não tomava sangue e sim Red-Cola) hahahaha... Ê saudade

terça-feira, 17 de junho de 2008

Teu olhar não me diz exato quem tu és


Era ela uma mulher que tinha atributos de adoração masculina, notado pelos olhares alheios e pelos comentários amigos e inimigos também, claro e sempre rsrs, mas enfim percebera que nada nela era mais sedutor e intrigante do que o seu duvidoso olhar. Duvidoso? Sim, duvidoso. Descobriu que ele passava mais do que ela sentira, imaginara ou pensara no momento do olhar lançado. Sedução pura, ímpar, e par.
Ouvira comentários, mas nada levado a sério. Até que um a fez parar e pensar, refletir, relembrar. “ O seu olhar pra mim naquela época era intrigante”. Respondera: era? Humf, engraçado ouvir isso.
Teria ela o tal: “olhos de ressaca” assim descritos por Machadão? Ou teria um lago negro, água turva de beber, se envenenar, descrito na música cantada pelo Ricardão (RPM)?
Lembrou de um fato recente: ao conhecer o namorado de uma amiga observou o rapaz por lhe chamar atenção, digo atenção como pessoa e não sexual. Mas percebera que havia deixado o rapaz meio intrigado ao perceber o seu olhar 43, aquele assim meio de lado já saindo. Indo embora. Louco por você.
Ora bolas, agora sua janela da alma virou intriga masculina e consequentemente feminina. E a pobre menina é tão sannnta. Jamais ousaria envolver o namorado, marido, caso, cacho de uma amiga. Claro que não é isso que ela chama de santidade, isso é lealdade.
E nada pode a pobre mocinha fazer diante de sua ferramenta sedutora, que nada fala, mas que tudo diz, e diz de forma errada. Lamenta.
Logo eles que eram sempre seu diferencial, um par tão ímpar, um destaque no mundo preto e branco.
Resolvera então publicar, aos amigos, namorados de amigas, conhecidos e as vítimas do pobre par atirador de interrogações.
"Atenção! Ao perceber um olhar sedutor e intrigante vindo de mim, nada sinta ou exclame, por mais seqüestrador que ele pareça, fato é que meu olhar vai te confundir da cabeças aos pés, mas por dentro eu NÃO te devoro, e muitas vezes irei lhe observa pensando na roupa que vou usar na festa que se aproxima (30 dias), ou talvez esteja fazendo contas dos gastos excedentes. E quiçá pensando no amado. Portanto não se “ofendam”, ou se “empolguem” ao passar perto dessa armadilha natural, e não profissional. Porém eu deixo aqui: é delicioso ter algo que supostamente intriga.
Assim falou a pobre menina dos olhos cor de Céu, que não gosta de escrever sobre ela, mas que hoje abriu uma exceção só para dar uma explicação.

domingo, 15 de junho de 2008

Apenas mais uma de Amor

O AMOR FAZ LOUCURA
A LOUCURA FAZ O AMOR

Mais uma vez insônia, mais uma vez ausência de sonhos noturnos, quiçá alguns pequenos cochilos inconfortáveis no meio da madrugada, tão pequenos que nem notara que havia dormido. De repente reciprocidade de pensamento, conseqüente toque de telefone. Atendera e nada, nenhuma voz. Número reconhecido. De repente, Amor! Pensou ainda nos emaranhados dos lençóis. Quis atiçar! Brincadeira apenas. Mensagem enviada em resposta ao toque do nada. Esperou.
Resposta, entre fala alterada, cobranças, críticas e desabafos. Dois minutos passaram, e o pronunciado do seu ato impensado ou talvez minuciosamente pensado, completou a ligação, dois minutos e quarenta segundos, foi todo o tempo que precisara.
Duvido que tenha coragem de fazer isso, pensou com um sorriso malicioso de quem não dá credibilidade.
Nova espera. Ele não é louco, discutia em pensamentos autônomos, será que é? Rebatera em pensamentos duvidosos. Não, não é, concluía em pensamento afirmativo. Deus do Céu! Pronunciava em pensamento incrédulo. Vinte minutos e estava lá cumprindo o que falara no fim da ligação. Que loucura, retrucou. E agora? Se for lá vou ser tão louca quanto. Conivente. Mas e daí? Posso ganhar ou perder. É melhor então compactuar da sua loucura, decidiu rapidamente. E o que perdera em juízo ganhou em amor.
Pouco mais de uma hora durou a pequena dose de loucura. Dentro do ato e do fato, surgiram palavras antes nunca ditas. Era tudo que precisara: ouvir além de sentir.
Percebera que havia precisado de boa dose de álcool, o suficiente para fortalecer a coragem de quem vive um destino de encontros, desencontros e reencontros.
Partiu, e deixou ali a certeza do tamanho daquele amor.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pobre pintinho


No Pólo Norte vivia um casal de pingüins que não podia ter filhos, então, a pedido da esposa, o macho viajou aos Estados Unidos, para adotar um filhote.
A viagem foi longa e ele foi parar em Miami, onde a única coisa que conseguiu, foi roubar um ovo de uma galinha.
De volta ao Pólo Norte, entregou o ovo a sua senhora dizendo que eles iam ser pais de um futuro pintinho.
Ela se sentou sobre o ovo e começou a chocá-lo.
Alguns dias depois, o ovo se rompeu e o pintinho saiu. Deu uma olhada em volta e disse: Pu! Pu!
Aí, a nova mãe respondeu: não, meu filho, você tem que dizer Piu! Piu!
E o pintinho continuou:- Pu! Pu! Puta merda, que frio!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

UM PAÍS DE CAOLHOS

“Um OLHO vê o portão do vestiário dos aflitos fechado.O OUTRO OLHO é cego para enxergar o portal fechado em São Januário, que impediu o Sport Recife de aquecer no gramado, tendo que fazê-lo dentro de um vestiário com cheiro de cola de sapateiro e de tinta de parede.Um OLHO arregala-se para ouvir a referência de caráter Wanderley Luxemburgo dizer que teve dificuldades para chegar à ilha, e que a comida de um Hotel 5 estrelas fez mal aos seus jogadores.O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens do ônibus do Sport Recife sendo apedrejado no mesmo São Januário.Um OLHO vê a “truculência” da Polícia Pernambucana ao prender um indivíduo (igual a outro qualquer), após desrespeitar várias leis (gestos obscenos, agressão, etc.).O OUTRO OLHO é cego para enxergar a mesma “truculência” quando no Morumbi um jogador argentino foi algemado e preso ainda no estádio.Um OLHO assiste passivamente o presidente da federação carioca de futebol pedir para que não haja mais jogos de futebol em Pernambuco.O OUTRO OLHO é cego para lembrar que o estádio de São Januário pertence a um clube filiado a esta mesma federação carioca.Um OLHO se enche de brilho para falar e criticar os fogos de artifícios soltados por torcedores no Recife em frente a hotéis que hospedam delegações de clubes do sul.O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens dos foguetórios realizados em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, sempre que partidas decisivas são realizadas lá.Um OLHO se abre para criticar o Estado de Pernambuco, seus Estádios de Futebol (onde se diga nunca houve mortes por brigas de torcidas), e seus Clubes.O OUTRO OLHO fica cego e não se lembra das mortes de torcedores em estádios do sudeste e do sul”.
Um OLHO se abre de PRECONCEITO.
O OUTRO OLHO se fecha de VERGONHA.
Marcelo Brito Carneiro Leão

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Uh-lá-lá-lá...I love, Baby

Um fetiche (do francês fétiche, que por sua vez vem do português feitiço e, este, do latin facticius "artificial, fictício") é um objeto material ao qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais, positivos ou negativos.
Pois bem, é assim que começo minha postagem, explicando a danada da palavra, e claro que a escolha do tema não foi por pura votade de falar de sacanagem, não!Não!Não! Levo esse negócio de comportamento sexual muito a sério, e não vou mentir que tal assunto é pra lá de extremamente engraçado. Certamente é dificil encontrar outro ramo do comportamento humano com tanto pano pra manga, com tanta coisa escondida de baixo dos panos (sem segunda intenções, claro), que às vezes até “assusta”. Eis que um grupo de amigas reunidas e no meio da conversa-vai-e-da-conversa-vem. E finalmente elas entram no assunto que não pode faltar a mesa: sex-and-men! E começam a falar dos fetiches de cada uma, e uma grita: bunda! E a outra completa: e coxa. E mais: cabelo grande. E outra: carecas. E as partes do corpo masculino começam a chuver que nem na música da Chenoa It's Raining Men! Hallelujah! Nesse caso chovendo pedaços. Não quero me estender à coisa além do corpo.
E lá no fundinho estar caladinha no canto dela a pequena Little, só a observar, mas Little que era tão falante, logo foi sentida como ausência. E suas amigas logo começaram a clamar sua resposta. E a Little meio sem graça sussurra a palavra umbigo.
Noooooossa, que prazer umbigo pode dá??? É tão pequeno, tão escondido, tão... tão... argh. Num sei, mas dá. Daqueles bem fundinho, ah dá!E foi assim a primeira vez da Little, numa festa entre amigos, ela com mais ou menos 15 anos, ele da mesma idade. Cerveja-vai-pinga-vem, reflexo-vai-e-fica-por-lá, e lá pra umas tantas lantinha e meiotas ela começa a reparar a silhueta do bom (digo muito gostoso) rapaz, e olhou seu corpo inteiro, da-cabeça-aos-pés, indo-e-vindo. E de repente seus olhos paralisaram quando ele tirou a camisa, a boca entre aberta num sinal de excitação total. Era isso, ou melhor, era aquilo. Prazer ao olhar, vontade de tocar, mordidinha no lábio, só uma cutucada, calafrio, só um beijinho, ai eu quero, eu quero.
A Little achava que seu fetiche era por barriga, até lembrou das vezes que ia saudar os amigos e não evitava deslizar a mão em sua blusa. Comportamento que muitas vezes fazia levar o nome de tarada, mas era involuntário (nem tanto). A barriga, coitada, era só a região onde estava seu objeto de sedução, descobriu!
Sei lá, mas acho que nem Freud explica o que leva o danado do ser humano a se encantar por partes do corpo aparentemente tão sem graça. Claro, ele morreu!
A pobre da Little até se achava anormal (meio parafusa), mas conversando com várias pessoas, ouviu coisas loucas do tipo costela e cotovelo. Ainda fico eu aqui a pensar com os meus botões, pra não ser safadinha, o que danado a criatura vai fazer com a porra de um cotovelo...
Haja criatividade!!!

Sempre

"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar"

domingo, 25 de maio de 2008

Mais um


Envolvente mescla de fato e ficção, um drama de amor, fé e vontade, tendo por pano de fundo o fermento intelectual da Viena do século XIX às vésperas do nascimento da psicanálise. Friedrich Nietzsche, o maior filósofo da Europa. Josef Breuer, um dos pais da psicanálise, um pacto secreto... Um jovem médico interno de hospital chamado Sigmund Freud. Esses elementos se combinam para criar a saga inesquecível de um relacionamento imaginário entre um extraordinário paciente e um terapeuta talentoso. Na abertura deste romance irresistível, a inatingível Lou Salomé roga a Breuer que ajude a tratar o desespero suicida de Nietzsche mediante sua experimental terapia através da conversa. Ao aceitar relutante a tarefa, o eminente médico realiza uma grande descoberta: somente encarando seus próprios demônios internos poderá começar a ajudar seu paciente. Assim, dois homens brilhantes e enigmáticos mergulham nas profundezas de suas próprias obsessões românticas e descobrem o poder redentor da amizade.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Síndrome


Segundo a Bíblia, Deus deu a ordem aos pais de Sansão de jamais cortar os seus cabelos, embora se conheça a afirmação de que “não havia qualquer vínculo mágico entre a força e o cabelo de Sansão, mas havia uma conexão espiritual no fato de que Deus outorga força àqueles que são dedicados a Ele e, no caso de Sansão, sua cabeça dedicada era o sinal de sua separação para Deus”.
Fato é que após a chegada de Dalila (sempre uma mulher no meio da história), a bicha danada que usou o poder de persuasão feminino, ou segundo como é descrito, Dalila importunou Sansão até o além da sua capacidade de suportar, pra descobri seu segredo. Mulheres, sempre mulheres!
Daí foi só esperar Sansão dormir para dar uma torada em suas longas tranças. E o pobre brochou na força.
Pra alguns, uma história fantasiosa, para outros não.
Não sei! Mas há algumas semanas descobri que a Síndrome de Sansão é verdadeira, após cortar minhas conservadas, longas e belas madeixas, sofri de fraqueza aguda, e por mim já passou no período de três semanas, bronquite, asma, gripe, vômitos, cólicas, dores de cabeça e musculares, emergêcia de hospital, soro na veia, dipirona, antibiótico, super-fora de amigos, decepção, perda de apetite, de dinheiro e do bom técnico do meu time do coração.
Não sei se a Síndrome é de Sansão ou da Pisada no Rastro de Corno. Mas a u-r-u-c-u-b-a-c-a pegou pesado. A mim cabe rir-de-ma-is das mazelas jogadas na minha cabeça. Se a Síndrome for de Sansão, ainda bem que cabelo cresce rápido, mas se for da Pisada do Rastro de Corno, preciso urgentemente achar esse miserável desse corno. Ô raça.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Braços abertos para a vida


Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a dieta da alma? Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar? Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça. Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente.Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria, permita que lhe cacem também. Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem regras, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir, sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não conhece. Olhe para sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me descuido, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes a gente esquece de se alimentar direito.
Texto de Martha Medeiros

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dos ficantes aos namoridos

Mais um ótimo texto de Martha Medeiros.
Vale a pena ler.

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas...
Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia. Pegar sete caras. Pegar nove “mina”.
A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegue-e-use, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos. Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada.
Deixaram a personalidade em casa, isso sim. No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada — namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava. Pois então. A idéia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor. Namoro é teste, é amostra, é ensaio, e por isso a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa — e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.
Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida: “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante".

domingo, 4 de maio de 2008

Alter Ego

Muitas vezes a sétima arte nos leva a total situação de reflexão. Por esses dias após assistir ao filme Clube da Luta, um filminho até antiguinho, mas que coloca tua cabeça pra funcionar sobre vários aspectos. Uma belíssima e inteligentíssima crítica ao consumismo do mundo moderno, embora não foi bem isso que chamou minha atenção!
Eis que me encuquei em perceber como nós vestimos a fantasia e nos tornamos personagens de nós mesmos. E essa piração é tão bem feita que nós nem percebemos que estamos entrelaçando ficção e realidade.
Após assistir ao filme, fiz isso no horário madrugal, me deparei pensando sobre a aparição dos meus outros eus nos últimos meses. Confesso que não gostei deles.
De cara vi uma garota aí sei lá, que acha que tanto faz, tudo bem se ta namorando ou solteira, feliz ou meio feliz, sol ou chuva, guaraná ou cerveja, depois de dois minutos pensando já reconheci a Amélia aquela-que-é-mulher-de-verdade e que tinha “bons planos” futuros como casar, com direito a cachorro, filhos e casa na árvore, e em duas piscadas de olhos me transformei na Natasha, um mundo vai acabar e ela só quer dançar-dançar-dançar. Pneus de carros cantam. Thuru, Thuru, Thuru, Thuru.
É claro que nenhum dos meus eus era lá grande problema, pois pior seria se eu pirasse e quisesse dominar o mundo.
Mas cair em mim que muitas vezes deixamos pedaços desses personagens respingar sobre nossa vida real, e aí temos sim um problema, porque provavelmente em alguma ocasião você tomou uma atitude que você, sem auxilio dos eus, jamais tomaria. Só que quando não notamos rapidamente, as atitudes vão se somando e se transformando em erros.


E aí vem a porrada, o choque, ou o acorda garota você ta metendo o pés pelas mãos.
Às vezes nos damos de bem e corrigimos os erros, mas por vezes não reagimos ao choque. E pronto.
Game over, the end, adeus-bye-bye, perdemos! E-nem-adianta-chorar-que não-tem-mais-volta.
Esse é o cuidado que temos que ter na vida real, cuidado com as atitudes. Muitas vezes achamos que não fizemos nada demais, mas aiaiai... Fizemos sim. Basta trocar de lugar e avaliar se queríamos ouvir e ver de alguém aquilo que falamos e fizemos, é só uma questão de troca. Se fosse comigo doeria? Se fosse comigo reagiria? Se fosse comigo...

Erros são passíveis de correções, sempre. Orgulho não é caminho pra felicidade. Errou? Insista em consertar. Erraram? Se deixe perdoar. E antes de cobrar, olhe–se bem no espelho.
Apenas uma autocrítica!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Erro Favorito


Ao visitar o blog de uma Nova Amiga me deparei com um-texto-lindo-por-demais.

Vale a pena ler

Erro Favorito - Martha Medeiros

"Essa coisa de que a maturidade nos ensina a viver melhor é mais ou menos verdade. Com o passar do tempo, realmente ficamos mais espertos, não perdemos mais tempo à toa, compreendemos melhor nossas escolhas e renúncias, enfim, a vida se torna mais ágil, mas quanto aos erros e acertos, fica tudo na mesma. Acertamos onde já acertávamos antes, e erramos igualzinho como sempre erramos. Nem mesmo se consegue trocar erros antigos por erros novos. Eu cometo os mesmos erros desde que me conheço por gente. Desde guriazinha. Meu erro maior é a impaciência. Eu não sei esperar as pessoas darem o passo em minha direção, eu avanço e atropelo, porque a ansiedade não me permite atitudes civilizadas tipo "aguardar o momento do outro". Que aguardar, que nada. - "Já tem a resposta?"- "Você já está vindo pra cá?"- "Leu meu e-mail?"
Logo eu, a defensora número 1 da placidez humana. A que considera a coisa mais notável do mundo ser calma e respeitar o ritmo natural da vida. A que faz poesia sobre o magnificência do tempo. A que estimula a meditação e a contemplação do universo. Balela. Sou uma fominha. E claro que, depois de receber minhas respostas - meio capengas, por causa da minha pressa - eu fico me martirizando. Por que não esperei? Por que dei bandeira? Por que forcei a barra? Por que fui tocar naquele assunto espinhoso? Teria sido tão mais elegante ficar na minha. Prometo que da próxima vez ficarei de bico calado. A próxima vez! Que piada. Nunca fui boa aluna, não vai ser agora que vou aprender alguma coisa. Eu anuncio em primeira mão todos os meus atos e todos os meus sentimentos, extra, extra! Eu me jogo, me disponibilizo, me dispo, me coloco a serviço de Deus e do diabo, eu não me economizo! Sou controladora, mas não controlada, enfio os 10 dedos na tomada, levo choque, e mais tarde repito a dose, novo choque: sou uma viciada em arrependimentos emocionais. O que me conforta é que esse apego aos meus erros me inspira versos, crônicas e ficção, me ajuda a construir personagens, a dar-lhes uma vida que parece de verdade, e enriquece minha própria história, dá a ela credibilidade, já que ninguém confia muito em quem apenas acerta. Qual o seu erro favorito? Pode ser um homem que lhe despreza. Uma mulher que nunca retorna as ligações. Você se expõe demais. Ou de menos. Fala muito de você mesmo. Acredita nas mentiras que inventa. Em que erro você se apegou com tamanho carinho que nunca mais conseguiu abandonar? Eu sei que a gente acerta muito, e os acertos nos transformam em alguém melhor, alguém que evolui, que sobe degraus no conceito da humanidade. A cada acerto somos reinaugurados, ficamos mais longe das nossas imperfeições. Mas é a reincidência nas bobeadas que autêntica nosso lado mais verdadeiro, humano e normal."

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Na bagunça do dia-a-dia


Assaltaram a gramática
Assassinaram a lógica
Meteram poesia na bagunça do dia-a-dia
Seqüestraram a fonética
Violentaram a métrica

Tal música me trouxe lembranças hoje...
Há uns 3 anos um amigo de MSN me fez ver como eu estava matando sem pena alguma, a pauladas, socos e ponta-pé o meu bom português da época de vestibular (a saber: fechei a prova de português das duas fases e tirei uma ótima nota em redação). De cara fiquei enlouquecida e morta de vergonha também, os erros eram graves e ao mesmo tempo hilários (confesso).
Um dos mais graves e inesquecíveis foi quando esse mesmo amigo em uma conversa que nem me lembro mais, disse para eu pedir algo ao meu pai. E eu prontamente respondi: ta, eu pesso!! Sim, sim. Conjuguei assim o verbo pedir!!!
Meu amigo, acredito eu, quis se matar no outro lado do PC. Salientando que: o bonito é jornalista e filho de professor de português. Nada chato, nada mesmo. Hehehe. Mas ele logo me deu uma resposta ao perceber que eu nem me toquei do maldito erro. Disse: se você pedir desse jeito ele num vai te dar nuuuuunca. Só ai, eu me toquei do meu pobre ato insano.
Foi o fim, meu estopim, quis me matar, fiquei entre minha vermelhidão de vergonha e minha crise de riso.
Passado algum tempo pude perceber que esses assassinatos eram comuns em outras pessoas também. Até meus dois amigos (um boy e uma girl) do tipo Estudante Pastor, aquele que não tira o livro debaixo do braço e sabe decorado cada milímetro dele, cometiam vários erros grosseiros. A girl conseguiu escrever PROFICIONAL e o boy soltou um CONCERTEZA. E é bom dizer, e me orgulho muito disso, que eu corrigir os dois.
Aim-aim! Estou salva, logo pensei.
Fico-eu-a-pensar-com-meus-poucos-neurônios-funcionais: se nós que aprendemos português sem a influência da internet no nosso B-A-Bá, cometemos tantos erros em função do uso da net, imaginei eu como anda o português das cyber crianças...
Melhor msm nem comentar...
Salvem as cyber criancinhas.


domingo, 13 de abril de 2008

O quinto da lista


Fascinante história sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino, segredos do passado e o infinito poder do amor verdadeiro. Inverno de 1964. Uma violenta tempestade de neve obriga o Dr. David Henry a fazer o parto de seus filhos gêmeos. O menino, primeiro a nascer, é perfeitamente saudável, mas o médico logo reconhece na menina sinais da síndrome de Down. Guiado por um impulso irrefreável e por dolorosas lembranças do passado, Dr. Henry toma uma decisão que mudará para sempre a vida de todos e o assombrará até a morte.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Um soldado, um cachorro e um amor na guerra do Iraque





O livro De Bagdá, com muito amor, mostra uma história real do valor humano em tempos de guerra. A amizade entre um cãozinho e um soldado, faz o saldado livrar-se da devastação emocional causada pela guerra.
Lava (fotos), um cãozinho achado entre escombros na guerra do Iraque por soldados americanos, que dá muito trabalho para ser tirado do Iraque e mandado para os Estados Unidos.
A história é bem emocionante, porém a escrita não passa toda a emoção que poderia. Mas ainda assim o livro é lindo.
Pra finalizar a postagem uma frase encontrada no próprio livro:
"O objetivo da vida não é apenas ser feliz. É ser útil, honrado, compassivo, fazendo com que nossa vida, bem vivida, faça alguma diferença."

terça-feira, 1 de abril de 2008

Game over para as paranóias femininas

Calundinha nem era uma gordinha feia, mas de uns tempos pra cá suas gordurinhas começaram a incomodar a sua virilidade. Certo dia Calundinha estava na net, exercendo o velho hábito de nós todos: xeretação em massa, e se deparou com uma frase que para muitos magrelinhos seriam horas de cosquinhas, mas para Calundinha foi o seu a última gota da taça cheia, limite da subida, fim do beco, estouro da bexiga, pé na bunda do cavalo brabo, ou qualquer outra expressão com o mesmo fim. Eis a frase: “O problema do gordo é que quando beija não penetra e quando penetra não beija”
Calundinha após o pânico feminino calças dois números a cima do que era há um mês, resolveu pegar pesado com o seu problema. E claro que quem sobrou com essa história toda foi o seu boyzinho Zé Leleu. Eis que a danada em questão ao passar pela promoção de livros naquela lojinha amarelinha que todos nós adoramos, deu de cara com um livro: Como emagrecer fazendo sexo. E você nem precisa imaginar muito como o pobre do Leleu sofreu. Por relatos dele, até seria bom sessões intermináveis de sexo selvagem, doce, falado, calado, entre outras modalidades do abençoado.
Mas nossa nobre gordinha resolveu não apenas atender a todos os apelos do livro, mas também fazer todas as anotações possíveis sobre a sua atuação ( bom falar que as anotações eram feitas dando pausas no ato).
De cara a gordinha neurótica ler que salvo algumas exceções o sexo é considerado o menos enfadonho e o mais prazeroso dos exercícios físicos. Nossa mãe, informação mais vibrante para um gordinho não há.
O pobre do Leleu teve que colocar em prática todos os piripaques sexuais da sua feme. Coitadinho não sabia que iria passar por todos os itens escolhidos a dedos e marcados com pilot laranja pompi, e esses seriam exatamente: uma hora de esfregação da pesada, incluindo contorções, sacolejos e choramingos pedindo para não parar (que queima o equivalente a 5 doses de caipirinha), mais 1 hora de preliminares intensas (114 resfolegos por minuto) ou 18 minutos de sexo (1 fatia (grande) de bolo de chocolate), 16 minutos de cócegas e cutucadas no pobre Leleu ( os 9 pirulitos de morango que a danada chupou), 53 minutos de beijo de língua, ou 25 minutos de preliminares normais ou 6 minutos de preliminares anormais, "nem quero saber como é uma preliminar anormal!!!" (1 cheeseburguer, 14 fritas e uma dose extra de ketchup), mais 31 minutos de preliminares na posição do lótus, mais 2 horas de servidão ou 47 minutos de flagelação com chicote de peso médio (2 garrafas de cerveja, uma porção de espaguete ao sugo e uma torrada), 24 minutos de sexo oral mutuamente satisfatório, na piscina (nossa mãe, esse equivale a um balde de doce-de-leite) e por fim o falso orgasmo (19 segundos = 160 calorias).
O danado do livro ainda dizia para a gordinha louca que, para o bom sexo-diminutivo-de-caloria seria muito bom o corpo executar as mais mágicas e maravilhosas posições e, ainda passava uma sessão de exercício pré-sexo-louco. Para o Leleu tal livro parecia mais como chegar ao inferno pelo caminho do céu.
Eis que no fim de tudo a Calundinha que levou tanto a sério esse livro, que quem escreveu deve ter perdido muito tempo de bom sexo por simples prazer, percebeu que suas gordurinhas incomodavam menos o seu boy do que suas investidas em sexo louco e quilometrado. E que deixar pra trás o sexo pelo sexo e colocar em prática o sexo por um motivo qualquer, não foi uma boa prática encontrada.
Apelo feito então: Game over para as paranóias femininas

domingo, 30 de março de 2008

Por você eu faria isso mil vezes!!!

Além da frase título da minha postagem, que sem dúvidas é a frase mais marcante do livro, outra frase do livro me chamou atenção “Histórias tristes sempre dão bons livros” . Histórias tristes dão bons livros, porém pra mim ela deve ser acompanhada com uma dose de alma, sentimento, e veracidade. E são esses ingredientes que preenchem as páginas do livro O caçador de pipas. Como não se encantar com a doçura e lealdade de Hassan?! Como não chorar com o medo de Sorab?! Como não ter raiva e pena de Amir?! E o Talibã, ai que medo!! E a realidade, que aperto no coração de tão triste.
É isso! Isso que o livro tem! Tem alma!! Consegue mexer com o teu psicológico sem muito esforço. E você passa da raiva para pena, dá pena para o medo, e do medo para esperança.
Amor, amizade, realidade e ficção das boas.
Eu recomendo!

sexta-feira, 28 de março de 2008

O quarto da lista

De Bagdá, com muito amor, fala de soldados durões, de correspondentes de guerra e de iraquianos em perigo, contando uma história inesquecível e verdadeira de um bando de improváveis heróis que aprendem com um animalzinho refugiado, sarnento e pulguento, lições inesperadas sobre a vida, a morte, a guerra e, acima de tudo, o amor.

domingo, 23 de março de 2008

O terceiro da lista

O romance fala sobre a amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Li Marley e lembrei do Bob.

Primeiro falo sobre o livro Marley e Eu - A vida e o amor ao lado do pior cão do mundo.
Marley era um cão tabacudo, mas como todos os cães tinha uma enorme lealdade.
O livro é uma delicia de ler. Retrata uma vida em família com tudo que se tem direito. Paro por aqui porque não gosto de contar o livro todo (ou melhor, me seguro para não contar). Mas eu li e recomendo.


Lembranças de um ou dois Bob

Quem ler Marley não consegue deixar de ir ao fundo da caixinha de lembranças boas e tirar coisas legais para contar de lá. A princípio nem me dei conta da coincidência dos nomes Marley e Bob, ou Bob e Marley. Pois é esse era meu cão. E assim como vários leitores da coluna de John, eu também afirmo que tinha o pior cão do mundo.
Esse era Bob, um cão que chegou aqui novinho, uma bolinha de pêlo negra com patinhas marrons. Bob era uma mistura de pastor com doberman o que deu a ele um belo porte quando crescido. Assim como Marley, Bob aprontava e muito, me lembro dos dias em que saíamos e quando chegávamos em casa todas as camas estavam desforradas e coberta de pêlo. Lembro do nosso cão de guarda que roncava no sofá e podia ser levado no colo que nem tava aí para a casa. Leve o que quiser, mas não me acorde.
Lembro também que ele não ia com minha cara (certo dia fiquei em cima do sofá com uma vassoura por horas só por que ele vomitou e não queria me deixar limpar, rosnou pra mim até alguém chegar). Ele também tinha a mania de dar uma mordida em minha bunda toda vez que passava por ele. E como um bom tabacudo quando dizíamos: pega! Pega!. Ele corria em direção a pessoa que mandou ele pegar. Mas ele era um bom cão daqueles que quando te via triste chegava junto e ficava por horas ali com você. Fidelidade e lealdade canina, claro.
Mas eu não posso falar de Bob sem falar do meu bichinho concomitante a Bob, o Cotoco (meu pardal), lembro do dia que meu irmão chegou e disse: abre a mão, e colocou um pássaro que havia caído do ninho, perdido no chão. Meu pequeno dependente me tirou da depressão de uma doença que na época me consumia aos poucos e corria risco de se agravar. A depressão foi cedendo pelo fato de me sentir dando vida a um serzinho, e foi assim pacientemente que fiz aquele bichinho que nem pena tinha direito sobreviver. Lembro-me da papa de farinha com leite que lhe fazia comer. E dele recebi uma "fidelidade canina". Um amor tão incondicional. Imagina você que eu tinha um pássaro que voava atrás de mim por toda a casa, que ficava em cima dos meus livros enquanto estudava e que adorava coca-cola e chocolate.
O fim do meu pequeno bichinho de pena prefiro não comentar, pois foi bem triste. Mas posso dizer que um dia depois de perder ele, perdi também o meu cão Bob. E se pros amantes dos bichinhos doe perder um, imagina perder dois. Bob venho falecer vitima de um fungo em sua ração (provavelmente), logo quando tudo aconteceu nem entendemos o que houve, ele após comer sua ração com carne moída chegou até nós salivando, sem entender nada mandamos ele ir deitar, segundos depois ele parecia tá engasgado, quando percebemos que parecia sério, só então levamos ele para o veterinário (poucos metros de minha casa). Chegando lá quando foi colocado na maca já estava morrendo. E foi o médico quem disse que ele foi envenenado, pois sua língua tinha uma coloração meio azulada.
Dois dias tristes e seguidos em nossa casa. Lembro da frase do meu pai: você não devia criar bicho já que se apega tanto.
Anos depois (uns 9) encontramos um vira-lata machucado na minha rua, minha mãe com pena deu comida e água a ele e, em um dia de muita chuva ao a ouvir o seu gemido na rua lhe deu abrigo. Nunca mais nos livramos! Por uns tempos.
Logo recebeu o nome de Bob 2, nada criativo. Mas ele tinha cara de Bob.
Esse era um escroto, malandrão. Fazia caras e bocas pra conseguir o que queria e chorava por tudo, chorava pra tomar banho, chorava por uma bronca. Chorava por comida. Quando víamos tava ele: caim, caim,caim. Mó vítima.
Tinha hábitos péssimos como seguir você feito um louco pela rua afora (aos pulos). Mas era um bom cão também. Alegre, autêntico demais e com um poder de persuasão incrível. Ah, ele também era tabacudo.
Eis que um dia mais ou menos cinco meses depois de se tornar nosso novo morador quando minha mãe foi à venda (e ele atrás como sempre) ele viu um homem em uma bicicleta e ficou louco de alegria por causa do homem. Minha mãe chamou ele e nada. Quando ela chegou junto disse: ele gostou de você. O rapaz perguntou: você cria ele desde pequeno? Minha mãe: não, ele apareceu machucado na minha rua há uns meses. E o rapaz exclamou: não acredito!!! É Zureia. E quando ele falou o suposto nome do cachorro (o nome era msm sua cara rsrs) Bob 2 entrou em transe de alegria. O rapaz perguntou: a senhora deixa eu levar ele? E explicou que ele tinha corrido atrás do carro e tinha sido atropelado e quando ele teve a notícia e foi procurá-lo não mais encontrou.
E foi assim que Bob 2, ou Zureia se foi, com o rabo abanando e sem nem olhar pra trás.
Lealdade e fidelidade canina!