quinta-feira, 26 de junho de 2008

Estilo underground

Chuck Palahniuk. Claro!
Livro-filme
Filme-livro
Primeiro assisti ao filme, ordem que na verdade não gosto de seguir, pois gosto de viajar imaginando cenários, personagens, caras, bocas, cenas. Bem ao estilo: eu me sinto o próprio personagem. Incorporo, repito fala. Respiro e como o livro. Como dizia a propaganda: quem ler viaja.
Mas esse como disse fiz diferente, aliás, com esse e muitos tem sido assim.
Confesso que dei uma viajada no final do filme, tudo foi massa, passou bem a mensagem do livro, boa fidelidade, mas o fim, o fim. Não que não tenha sido criativo, nem legal, mas pra deleite daqueles que gostam de uma boa estória, recomendo e, muito bem recomendado o livro. Nota 10. Vibrei por cada frase do final. Na boa, Jack é o cara.
Como a primeira regra do clube da luta é: nunca fale sobre o clube da luta. Deixo a postagem sem mais.

domingo, 22 de junho de 2008

Existe sim

Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo. Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne. Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor. Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.
Martha Medeiros
Foto: Gibi dos anos 80 - A Turma do Arrepio (em destaque o vampirinho Draky, carinha intelectual que não tomava sangue e sim Red-Cola) hahahaha... Ê saudade

terça-feira, 17 de junho de 2008

Teu olhar não me diz exato quem tu és


Era ela uma mulher que tinha atributos de adoração masculina, notado pelos olhares alheios e pelos comentários amigos e inimigos também, claro e sempre rsrs, mas enfim percebera que nada nela era mais sedutor e intrigante do que o seu duvidoso olhar. Duvidoso? Sim, duvidoso. Descobriu que ele passava mais do que ela sentira, imaginara ou pensara no momento do olhar lançado. Sedução pura, ímpar, e par.
Ouvira comentários, mas nada levado a sério. Até que um a fez parar e pensar, refletir, relembrar. “ O seu olhar pra mim naquela época era intrigante”. Respondera: era? Humf, engraçado ouvir isso.
Teria ela o tal: “olhos de ressaca” assim descritos por Machadão? Ou teria um lago negro, água turva de beber, se envenenar, descrito na música cantada pelo Ricardão (RPM)?
Lembrou de um fato recente: ao conhecer o namorado de uma amiga observou o rapaz por lhe chamar atenção, digo atenção como pessoa e não sexual. Mas percebera que havia deixado o rapaz meio intrigado ao perceber o seu olhar 43, aquele assim meio de lado já saindo. Indo embora. Louco por você.
Ora bolas, agora sua janela da alma virou intriga masculina e consequentemente feminina. E a pobre menina é tão sannnta. Jamais ousaria envolver o namorado, marido, caso, cacho de uma amiga. Claro que não é isso que ela chama de santidade, isso é lealdade.
E nada pode a pobre mocinha fazer diante de sua ferramenta sedutora, que nada fala, mas que tudo diz, e diz de forma errada. Lamenta.
Logo eles que eram sempre seu diferencial, um par tão ímpar, um destaque no mundo preto e branco.
Resolvera então publicar, aos amigos, namorados de amigas, conhecidos e as vítimas do pobre par atirador de interrogações.
"Atenção! Ao perceber um olhar sedutor e intrigante vindo de mim, nada sinta ou exclame, por mais seqüestrador que ele pareça, fato é que meu olhar vai te confundir da cabeças aos pés, mas por dentro eu NÃO te devoro, e muitas vezes irei lhe observa pensando na roupa que vou usar na festa que se aproxima (30 dias), ou talvez esteja fazendo contas dos gastos excedentes. E quiçá pensando no amado. Portanto não se “ofendam”, ou se “empolguem” ao passar perto dessa armadilha natural, e não profissional. Porém eu deixo aqui: é delicioso ter algo que supostamente intriga.
Assim falou a pobre menina dos olhos cor de Céu, que não gosta de escrever sobre ela, mas que hoje abriu uma exceção só para dar uma explicação.

domingo, 15 de junho de 2008

Apenas mais uma de Amor

O AMOR FAZ LOUCURA
A LOUCURA FAZ O AMOR

Mais uma vez insônia, mais uma vez ausência de sonhos noturnos, quiçá alguns pequenos cochilos inconfortáveis no meio da madrugada, tão pequenos que nem notara que havia dormido. De repente reciprocidade de pensamento, conseqüente toque de telefone. Atendera e nada, nenhuma voz. Número reconhecido. De repente, Amor! Pensou ainda nos emaranhados dos lençóis. Quis atiçar! Brincadeira apenas. Mensagem enviada em resposta ao toque do nada. Esperou.
Resposta, entre fala alterada, cobranças, críticas e desabafos. Dois minutos passaram, e o pronunciado do seu ato impensado ou talvez minuciosamente pensado, completou a ligação, dois minutos e quarenta segundos, foi todo o tempo que precisara.
Duvido que tenha coragem de fazer isso, pensou com um sorriso malicioso de quem não dá credibilidade.
Nova espera. Ele não é louco, discutia em pensamentos autônomos, será que é? Rebatera em pensamentos duvidosos. Não, não é, concluía em pensamento afirmativo. Deus do Céu! Pronunciava em pensamento incrédulo. Vinte minutos e estava lá cumprindo o que falara no fim da ligação. Que loucura, retrucou. E agora? Se for lá vou ser tão louca quanto. Conivente. Mas e daí? Posso ganhar ou perder. É melhor então compactuar da sua loucura, decidiu rapidamente. E o que perdera em juízo ganhou em amor.
Pouco mais de uma hora durou a pequena dose de loucura. Dentro do ato e do fato, surgiram palavras antes nunca ditas. Era tudo que precisara: ouvir além de sentir.
Percebera que havia precisado de boa dose de álcool, o suficiente para fortalecer a coragem de quem vive um destino de encontros, desencontros e reencontros.
Partiu, e deixou ali a certeza do tamanho daquele amor.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pobre pintinho


No Pólo Norte vivia um casal de pingüins que não podia ter filhos, então, a pedido da esposa, o macho viajou aos Estados Unidos, para adotar um filhote.
A viagem foi longa e ele foi parar em Miami, onde a única coisa que conseguiu, foi roubar um ovo de uma galinha.
De volta ao Pólo Norte, entregou o ovo a sua senhora dizendo que eles iam ser pais de um futuro pintinho.
Ela se sentou sobre o ovo e começou a chocá-lo.
Alguns dias depois, o ovo se rompeu e o pintinho saiu. Deu uma olhada em volta e disse: Pu! Pu!
Aí, a nova mãe respondeu: não, meu filho, você tem que dizer Piu! Piu!
E o pintinho continuou:- Pu! Pu! Puta merda, que frio!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

UM PAÍS DE CAOLHOS

“Um OLHO vê o portão do vestiário dos aflitos fechado.O OUTRO OLHO é cego para enxergar o portal fechado em São Januário, que impediu o Sport Recife de aquecer no gramado, tendo que fazê-lo dentro de um vestiário com cheiro de cola de sapateiro e de tinta de parede.Um OLHO arregala-se para ouvir a referência de caráter Wanderley Luxemburgo dizer que teve dificuldades para chegar à ilha, e que a comida de um Hotel 5 estrelas fez mal aos seus jogadores.O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens do ônibus do Sport Recife sendo apedrejado no mesmo São Januário.Um OLHO vê a “truculência” da Polícia Pernambucana ao prender um indivíduo (igual a outro qualquer), após desrespeitar várias leis (gestos obscenos, agressão, etc.).O OUTRO OLHO é cego para enxergar a mesma “truculência” quando no Morumbi um jogador argentino foi algemado e preso ainda no estádio.Um OLHO assiste passivamente o presidente da federação carioca de futebol pedir para que não haja mais jogos de futebol em Pernambuco.O OUTRO OLHO é cego para lembrar que o estádio de São Januário pertence a um clube filiado a esta mesma federação carioca.Um OLHO se enche de brilho para falar e criticar os fogos de artifícios soltados por torcedores no Recife em frente a hotéis que hospedam delegações de clubes do sul.O OUTRO OLHO é cego para enxergar as imagens dos foguetórios realizados em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, sempre que partidas decisivas são realizadas lá.Um OLHO se abre para criticar o Estado de Pernambuco, seus Estádios de Futebol (onde se diga nunca houve mortes por brigas de torcidas), e seus Clubes.O OUTRO OLHO fica cego e não se lembra das mortes de torcedores em estádios do sudeste e do sul”.
Um OLHO se abre de PRECONCEITO.
O OUTRO OLHO se fecha de VERGONHA.
Marcelo Brito Carneiro Leão