quarta-feira, 28 de maio de 2008

Uh-lá-lá-lá...I love, Baby

Um fetiche (do francês fétiche, que por sua vez vem do português feitiço e, este, do latin facticius "artificial, fictício") é um objeto material ao qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais, positivos ou negativos.
Pois bem, é assim que começo minha postagem, explicando a danada da palavra, e claro que a escolha do tema não foi por pura votade de falar de sacanagem, não!Não!Não! Levo esse negócio de comportamento sexual muito a sério, e não vou mentir que tal assunto é pra lá de extremamente engraçado. Certamente é dificil encontrar outro ramo do comportamento humano com tanto pano pra manga, com tanta coisa escondida de baixo dos panos (sem segunda intenções, claro), que às vezes até “assusta”. Eis que um grupo de amigas reunidas e no meio da conversa-vai-e-da-conversa-vem. E finalmente elas entram no assunto que não pode faltar a mesa: sex-and-men! E começam a falar dos fetiches de cada uma, e uma grita: bunda! E a outra completa: e coxa. E mais: cabelo grande. E outra: carecas. E as partes do corpo masculino começam a chuver que nem na música da Chenoa It's Raining Men! Hallelujah! Nesse caso chovendo pedaços. Não quero me estender à coisa além do corpo.
E lá no fundinho estar caladinha no canto dela a pequena Little, só a observar, mas Little que era tão falante, logo foi sentida como ausência. E suas amigas logo começaram a clamar sua resposta. E a Little meio sem graça sussurra a palavra umbigo.
Noooooossa, que prazer umbigo pode dá??? É tão pequeno, tão escondido, tão... tão... argh. Num sei, mas dá. Daqueles bem fundinho, ah dá!E foi assim a primeira vez da Little, numa festa entre amigos, ela com mais ou menos 15 anos, ele da mesma idade. Cerveja-vai-pinga-vem, reflexo-vai-e-fica-por-lá, e lá pra umas tantas lantinha e meiotas ela começa a reparar a silhueta do bom (digo muito gostoso) rapaz, e olhou seu corpo inteiro, da-cabeça-aos-pés, indo-e-vindo. E de repente seus olhos paralisaram quando ele tirou a camisa, a boca entre aberta num sinal de excitação total. Era isso, ou melhor, era aquilo. Prazer ao olhar, vontade de tocar, mordidinha no lábio, só uma cutucada, calafrio, só um beijinho, ai eu quero, eu quero.
A Little achava que seu fetiche era por barriga, até lembrou das vezes que ia saudar os amigos e não evitava deslizar a mão em sua blusa. Comportamento que muitas vezes fazia levar o nome de tarada, mas era involuntário (nem tanto). A barriga, coitada, era só a região onde estava seu objeto de sedução, descobriu!
Sei lá, mas acho que nem Freud explica o que leva o danado do ser humano a se encantar por partes do corpo aparentemente tão sem graça. Claro, ele morreu!
A pobre da Little até se achava anormal (meio parafusa), mas conversando com várias pessoas, ouviu coisas loucas do tipo costela e cotovelo. Ainda fico eu aqui a pensar com os meus botões, pra não ser safadinha, o que danado a criatura vai fazer com a porra de um cotovelo...
Haja criatividade!!!

Sempre

"Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar"

domingo, 25 de maio de 2008

Mais um


Envolvente mescla de fato e ficção, um drama de amor, fé e vontade, tendo por pano de fundo o fermento intelectual da Viena do século XIX às vésperas do nascimento da psicanálise. Friedrich Nietzsche, o maior filósofo da Europa. Josef Breuer, um dos pais da psicanálise, um pacto secreto... Um jovem médico interno de hospital chamado Sigmund Freud. Esses elementos se combinam para criar a saga inesquecível de um relacionamento imaginário entre um extraordinário paciente e um terapeuta talentoso. Na abertura deste romance irresistível, a inatingível Lou Salomé roga a Breuer que ajude a tratar o desespero suicida de Nietzsche mediante sua experimental terapia através da conversa. Ao aceitar relutante a tarefa, o eminente médico realiza uma grande descoberta: somente encarando seus próprios demônios internos poderá começar a ajudar seu paciente. Assim, dois homens brilhantes e enigmáticos mergulham nas profundezas de suas próprias obsessões românticas e descobrem o poder redentor da amizade.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Síndrome


Segundo a Bíblia, Deus deu a ordem aos pais de Sansão de jamais cortar os seus cabelos, embora se conheça a afirmação de que “não havia qualquer vínculo mágico entre a força e o cabelo de Sansão, mas havia uma conexão espiritual no fato de que Deus outorga força àqueles que são dedicados a Ele e, no caso de Sansão, sua cabeça dedicada era o sinal de sua separação para Deus”.
Fato é que após a chegada de Dalila (sempre uma mulher no meio da história), a bicha danada que usou o poder de persuasão feminino, ou segundo como é descrito, Dalila importunou Sansão até o além da sua capacidade de suportar, pra descobri seu segredo. Mulheres, sempre mulheres!
Daí foi só esperar Sansão dormir para dar uma torada em suas longas tranças. E o pobre brochou na força.
Pra alguns, uma história fantasiosa, para outros não.
Não sei! Mas há algumas semanas descobri que a Síndrome de Sansão é verdadeira, após cortar minhas conservadas, longas e belas madeixas, sofri de fraqueza aguda, e por mim já passou no período de três semanas, bronquite, asma, gripe, vômitos, cólicas, dores de cabeça e musculares, emergêcia de hospital, soro na veia, dipirona, antibiótico, super-fora de amigos, decepção, perda de apetite, de dinheiro e do bom técnico do meu time do coração.
Não sei se a Síndrome é de Sansão ou da Pisada no Rastro de Corno. Mas a u-r-u-c-u-b-a-c-a pegou pesado. A mim cabe rir-de-ma-is das mazelas jogadas na minha cabeça. Se a Síndrome for de Sansão, ainda bem que cabelo cresce rápido, mas se for da Pisada do Rastro de Corno, preciso urgentemente achar esse miserável desse corno. Ô raça.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Braços abertos para a vida


Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a dieta da alma? Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar? Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça. Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente.Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria, permita que lhe cacem também. Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem regras, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir, sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não conhece. Olhe para sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me descuido, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes a gente esquece de se alimentar direito.
Texto de Martha Medeiros

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dos ficantes aos namoridos

Mais um ótimo texto de Martha Medeiros.
Vale a pena ler.

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas...
Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia. Pegar sete caras. Pegar nove “mina”.
A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegue-e-use, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos. Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada.
Deixaram a personalidade em casa, isso sim. No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada — namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava. Pois então. A idéia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor. Namoro é teste, é amostra, é ensaio, e por isso a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa — e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.
Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida: “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante".

domingo, 4 de maio de 2008

Alter Ego

Muitas vezes a sétima arte nos leva a total situação de reflexão. Por esses dias após assistir ao filme Clube da Luta, um filminho até antiguinho, mas que coloca tua cabeça pra funcionar sobre vários aspectos. Uma belíssima e inteligentíssima crítica ao consumismo do mundo moderno, embora não foi bem isso que chamou minha atenção!
Eis que me encuquei em perceber como nós vestimos a fantasia e nos tornamos personagens de nós mesmos. E essa piração é tão bem feita que nós nem percebemos que estamos entrelaçando ficção e realidade.
Após assistir ao filme, fiz isso no horário madrugal, me deparei pensando sobre a aparição dos meus outros eus nos últimos meses. Confesso que não gostei deles.
De cara vi uma garota aí sei lá, que acha que tanto faz, tudo bem se ta namorando ou solteira, feliz ou meio feliz, sol ou chuva, guaraná ou cerveja, depois de dois minutos pensando já reconheci a Amélia aquela-que-é-mulher-de-verdade e que tinha “bons planos” futuros como casar, com direito a cachorro, filhos e casa na árvore, e em duas piscadas de olhos me transformei na Natasha, um mundo vai acabar e ela só quer dançar-dançar-dançar. Pneus de carros cantam. Thuru, Thuru, Thuru, Thuru.
É claro que nenhum dos meus eus era lá grande problema, pois pior seria se eu pirasse e quisesse dominar o mundo.
Mas cair em mim que muitas vezes deixamos pedaços desses personagens respingar sobre nossa vida real, e aí temos sim um problema, porque provavelmente em alguma ocasião você tomou uma atitude que você, sem auxilio dos eus, jamais tomaria. Só que quando não notamos rapidamente, as atitudes vão se somando e se transformando em erros.


E aí vem a porrada, o choque, ou o acorda garota você ta metendo o pés pelas mãos.
Às vezes nos damos de bem e corrigimos os erros, mas por vezes não reagimos ao choque. E pronto.
Game over, the end, adeus-bye-bye, perdemos! E-nem-adianta-chorar-que não-tem-mais-volta.
Esse é o cuidado que temos que ter na vida real, cuidado com as atitudes. Muitas vezes achamos que não fizemos nada demais, mas aiaiai... Fizemos sim. Basta trocar de lugar e avaliar se queríamos ouvir e ver de alguém aquilo que falamos e fizemos, é só uma questão de troca. Se fosse comigo doeria? Se fosse comigo reagiria? Se fosse comigo...

Erros são passíveis de correções, sempre. Orgulho não é caminho pra felicidade. Errou? Insista em consertar. Erraram? Se deixe perdoar. E antes de cobrar, olhe–se bem no espelho.
Apenas uma autocrítica!