segunda-feira, 21 de julho de 2008

(Des)apego


Sempre tive medo de ser e estar distante, sempre na mente e coração passara filmes, fotos e fato de família permanentemente junto, essa vontade de ser e estar por perto eram sim o meu nunca escolher ir para longe. A esse sentimento e gosto dava uma única exceção: ao de repente Amor. Sim, esse sim tem o poder de tudo. Fora ele só me via distante da vida familiar por 6 meses ou quiçá um ano. Não tinha explicação, era isso e pronto, embora ressaltasse a violência, a fragilidade feminina, na verdade não tinha lá muita explicação. Lembrava claro, do tempo de infância, onde o período corro-pra-cama-deles, demorou a deixar de existir. Muito pior que chupeta.
Era assim, bastava viajar sem os pais que no prazo de 24h estava chorando por eles, quando a idade avançou chorava as miúdas. Talvez fosse a insegurança da idade, talvez o apego dado, era o gosto do cheiro que me alimentava e me prendia ali. Com o passar dos anos o mau hábito fora deixado para o passado, junto com pequenas e bobas manias de criança (algumas, pois ainda restaram muitas).
E pela primeira vez alguém veio me falar dos meus apegos, fora Ele, quem tanto me ensinou sem ao menos saber (e ainda não sabe dos ensinamentos dados). Embora eu ainda tivesse sim esse apego todo, Ele nunca me perguntara sobre o de repente Amor que falei acima. E eu nuca falara sobre minha exceção. Não entendia o porquê.
Hoje eu me dei conta do que realmente era esse apego, e triste me fez descobrir. Descobri que o apego nada mais era do que a busca pelo que não tinha. É assim quando a gente ama demasiadamente, se apega por simplesmente não ter. Estamos ali, seja este amor de qualquer tipo, vivendo o que não chegamos a viver. Tendo medo de perder o que ainda não tivemos. Onde tudo não passava de apenas sonhos seus. Ai, eu percebi que ao se dar conta que o sonho é sonhado e não simplesmente vivido, vem o choro e o consequente desapego. E você ta ali parada, talvez triste, ou talvez não. Talvez confusa, ou talvez não.
Mas com um único e grande sentimento...
A certeza...Certeza que já pode arrumar as malas e dá a partida.

sábado, 12 de julho de 2008

Sintaxe à vontade

Só para raros é: acreditar naquilo que outrora deixara de acreditar. É aceitar que somos tão pequenininhos de cima da pedra mais alta, podendo assim abrir os braços devagar e se entregar ao vento e lamentar se a maioria das pessoas passa de oito a doze horas por dia fazendo coisas que não fazem sentido na vida delas.
Para elas grite com força, fé e alma: PERMITA-SE! PERMITA-SE!
A gente tem que aprender a morrer, com tudo aquilo que fomos e, tudo aquilo que somos nós. Sem a idéia ilusória de que o dia, à noite e á madrugada são coisas distintas.
Minha vida inteira é meu dia inteiro.
Camarada, viva a vida mais leve.
Não deixe que ela escorregue.
Ou que te cause mais dor.
Saiba do teu valor.
Vai dizer que nossas preces não alcançaram o céu?
Além do mais quem busca nunca é indeciso.
Brinca de ser e estar apenas.
E que venha ... o segundo ato.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Não deixe ser triste o fim


Fim, palavra difícil de se falar e de se ouvir, mas é irônico dizer que o fim pode ser um recomeço. Pra muitos isso é explicado de forma simples: não chegou ao fim.
Discordo duplamente!
Chegou sim ao fim. Aquela fase, aquele momento, aquele tipo de relacionamento, seja amor ou amigo. Estes não voltam mais. Nem os quero.
Pra mim o fim pode ser o novo começo e não o recomeço. Pra muitos, talvez, não sei, tais palavras tenham o mesmo significado. Para mim, recomeçar não significa começar do zero, e sim de onde se parou, ou aquilo que se restaurou. E se você restaura a de existir respingos do passado, quando bons nada atrapalham, bem verdade.
Pra muitos a palavra perdoar (no sentido pequeno e humano da palavra), quando posta em relação a atos e fatos que muito machucaram, é quase impossível de se pensar e improvável de se pronunciar. Puro orgulho.
Sempre fui tida como alguém de perdão dado com facilidade, embora seja uma baixinha mal encarada, e que não gosta de ter brios futilmente atingidos. Porém, acho que me autobenefício perdoando. Aliás, atos e fatos só machucam quando são ministrados por pessoas altamente importantes, por isso, para mim é tão verossímil o perdão. Imaginar não perdoar pessoas que tantas e tantas vezes me concederam momentos tão bons. Impossível. Prefiro esquecer os poucos ruins, e lembrar dos risos dados a dois.
Prefiro me dá o direito de viver coisas futuras e boas com pessoas que mesmo errantes estão no coração. E faço da descoberta dos erros dela, a possível descoberta dos meus também. Somo! Aprendo! Diminuo! E torno este um valor nulo na minha vida. Para que com isso continue mantendo o meu espírito leve e o meu sorriso solto, diante da certeza que dificilmente irei perder alguém em vão.
Até deixo-o partir, mas com certeza jamais será triste o nosso fim. E esse para cada um será um novo começo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Recomendo

Imaginar a vida de grandes nomes é sempre bom. Faz deixá-los mais humanos, faz deixá-los mais perto de nós. Às vezes, nós acreditamos que Celebridades, digo verdadeiras celebridades, são irreais.
Amor, amizade, descoberta, dor, perda, solidão, traição e desapontamento são as palavras-chaves desse bom romance. Regado de belas frases.
Chama a atenção saber que quando descobrirmos fazer parte do comum tudo muda, muda e cura.
Tal livro me intrigou pelo título, logo vem à pergunta do motivo do choro. E confesso, é bonita essa passagem, me surpreendeu saber o porquê do ele chorou.
Recomendo!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Gosto de lembrança


Dias frios e cinzas.

Inverno tem gosto de lembrança da infância.

Banho de chuva, botinha coloridas estilo galocha, capinha transparente com capus, cuidados exagerados de mãe. Chocolate quente, brigadeiro de panela, gibis, livros, filmes (sessão da tarde) e desenho dos bons com direito à pipocas e coberta.
Voltar sozinho da escola era sinônimo de aventura e travessura, ruas alagadas, pés procurando lama. Pinguinhos e pingões, e ao chegar em casa uma bronca da mãe.
Inverno tinha férias, férias tinha Gravatá, Gravatá tinha piscina gelada - fila para o chuveiro quente - bagunça no último quarto e bronca da vovó.
Algodão doce e japonês. Moleton chamava esquente, brincadeiras no clube, sobe e desce ladeira. Estórias de fantasmas, Maria Florzinha, Homem do saco, Papa figo e o medo de dá dó.
Gosto e cheiro de família.
As crianças crescem, mas segue a tradição para os filhos dos filhos e dos filhos.
Inverno é cinza, mas traz lembranças de cores. Dias frios que deixavam os corações quentes. É saudade da infância querida e vivida, e dos tempos que não voltam mais. Inverno quente e é sempre.