sexta-feira, 24 de setembro de 2010

De/para

Caro Anônimo, embora você se esconda, de forma proposital ou não, por trás de um pseudônimo que aguça minha curiosidade, fico feliz com sua presença aqui. A qual me surpreende quando vejo as estatísticas do blog. Costumo chamá-los de: o que pouco fala e muito vê.

Acho engraçado ser lida e relida por pessoas que nem sabia que existia (e vise-versa), e confesso que me surpreendo em saber que meia dúzia de palavras para afastar a solidão e treinar o péssimo português que tenho desperte interesse de outros que gastam um minutinho do seu tempo comigo.

Enfim, sejam bem vindos. Mas desculpas pela falta de jeito com as letras, é que deixei para trás o sonho de ser escritora ao 6 anos e não me lembro qual foi o trauma.

Ps.: gosto muito de ler comentários, e quem escreveu o último e disse que está sempre por aqui, fica escrito o meu volte sempre.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Com ou sem fio

- Oi!


- Oi! Vc ligando?

-É, deu vontade.

-Mas você sempre disse que não gosta de telefone.

-Disse e repito  não gosto mesmo, e como sei que sou chata quando estou nele, evito.

-Então pq ligou?

-Saudades, acho que tenho que mudar esse meu jeito de não procurar as pessoas.

-Poxa que bom. É um bom começo.

-É, e se a gente não procura, acho que termina parecendo que não ligamos, sei lá. Mesmo que não seja verdade. Eu mesma não consigo ficar amiga dessa forma de contato

-Mas é sempre bom falar assim, a voz é uma boa maneira de se expressar, ela comanda.

- É concordo, por isso não ligo tanto. A minha sempre tá chata ao telefone, mas não é com a pessoa, entende? Fico irritada, não escuto direito, e termino não evitando o modo de falar, por vezes nem noto aff.

- Já notei esse seu problema!

- E liga?

-Às vezes. Fica parecendo que não gosta de falar comigo.

-É eu sei. Venho aprendendo com os erros. Já levei nome de fria, desinteressada e etc por causa disso.

-Também não é pra tanto.

- Ah, eu acho que é. Mas não adianta, criticar e não ajudar. Se eu não ligo e o outro não liga, quando vir viram dois turrões. Mas confesso que tenho sentido vontade de fazer isso. Sinto falta do companheirismo, troca de idéias e tal.

-Então ligue sempre, bom ouvir vc. E assim vc perde esse se medo do telefone.

-É (risos) talvez seja bom. Bom também é trocar erros por acertos agora que a estória começa, mesmo que seja outra estória.

- Sempre bom aprender e levar pro bem. Enriquece...

- É pelo menos telefone eu descobri que não morde. Não com tanta força...

domingo, 12 de setembro de 2010

Há sempre outro

Distraída fazendo afazeres que tinha ficado pendentes, prestou atenção na música que começara a tocar, no cd que colocou aleatoriamente. Felicidade, versão de Love of my Life de Freddie Mercury, e tão bela quanto.
Mesmo sem notar parara de fazer o que estava fazendo e sintonizara na música, trouxera lembrança que há muito ela negava lembrar. Pessoas e seus graves atos.
Os olhos, sem querer marejaram, comprovaram ser esse o instinto não controlado e único nos seres humanos. Não queria chorar e chorou.
Poucas lágrimas, mas presentes e duras.
Sabia que tinha feito de tudo o que estava ao seu alcance para permanecer ali, mas não queria ter o sentimento de vazio e bobo, como começava a sentir. Restava apenas entender o motivo de um novo começo, com igual fim. Mas se culpava por não ter previsto tudo, afinal novidade seria vim dele atitudes diferentes, já sabia.
Continuou a ouvir o cd que tocava, como consolo a música seguinte era: Estou a dois passos do paraíso. O que era lágrima virou sorriso, dos bons. E lembrou-se de tudo que lhe esperava, retirou a milhas de distância do novo amor e foi viver no paraíso. Retornou a falar uma frase de um amigo (Há sempre um homem p salvar vc de outro), que provavelmente era uma frase de outro alguém. Estufou o peito e foi viver o que lhe esperava.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

De repente 15

Se conheceram há alguns anos, nesses acasos da vida, não demorou ele, que na época entrava para os 30, chamou intensamente sua atenção, pelos atributos psicológicos que ele tinha. Parecia um cara legal, centrado, cheio de idéias boas, gentil, carinhoso, bonito, tudo aquilo que a mulherada gosta. À medida que foram se conhecendo mais intimamente algumas atitudes que não condizia com a idade, nem com o psicológico do cara foram aparecendo. Ela ficava encucada com esses ataques de meninice, mas achava que seria passageiro.
Continuaram o relacionamento, que não era próprio da idade de nenhum dos dois, mas ela que no momento saia de um relacionamento conturbado, achou bom ser assim o início de tudo. O tempo foi passando e ele oscilava mais e mais, ora falava como homem e ora como menino. Ela como a maioria das garotas de sua idade, começou a sentir que queria sim um relacionamento mais sério, não pensando em casamento, pois ainda não se sentia preparada, embora tinha quase trinta, mas queria conversas mais íntimas, sexo menos preocupado, viagens a dois e até dividir problemas, nada de mais, pensava.
O problema foi que ao passar a idéia pro moço, o coitado "pirou", ou melhor, revelou sua verdadeira identidade, menino de 15 fantasiado de 30. Começou com um papo estranho de pegar todas, pelo menos duas por festa, acho! O lema agora era sacanagem, pisar em tudo e em todas. O velho caiu na rede é peixe. Usou calcinha eu pego. Provavelmente tava soltando cantada até do tipo: Olá, meu nome é Arlindo, mas pode me chamar de "Lindo", porque perdi o "Ar" quando te vi. Chocante.
Não conseguia imaginar tal pessoa nesse nível, nem o que teria levado a isso. Mas estava lá, estampado em tudo o agora eu sou cafajeste.
Coitado, além de tudo interpretava mal seu personagem garoto problema. O que fazia ela rir, sem dúvidas, mas se ele escolheu voltar aos tempos das espinhas-e-super-hormônios, não podia ela fazer nada. Também não estava disposta a esperar a fase passar, se é que ia.
Como ele deixou bem claro que era do jeito dele ou nada, ela retirou sua insignificância, e jogou fora os desejos que tinha para com o moço. De adolescente bastava os que rodeavam sua profissão, e ela nunca gostou do corpo franzino e das espinhas, nem curtia lugares e papos dos mesmos.
Lamentou, como pode alguém com tanta qualidade física e psicológica, se esconder por trás de um personagem tão sem graça, é uma perda e tanto para as mulheres de quase 30.
Mas enfim como ele mesmo tem gostado de dizer : mulher é o que não falta. Mesmo que se tenha que fazer um esforço danado para mantê-la calada, mas quem pega e não se apega não quer diálogo, não mesmo.
É, voltar aos 15 é fácil, difícil é viver tudo que se jogou fora na fase dos 30 deixados pra trás. E o tempo, meu querido, é cruel, com todos. Fato.
Se esconder num personagem juvenil pra evitar a responsabilidade dos trinta, nunca foi a melhor maneira de passar por ele. Mas é uma boa maneira de ver ele (os 30) passar por você.

* Relatando um sonho.

domingo, 5 de setembro de 2010

Pouco é melhor que nada ...


No curso iniciamos uma disciplina chamada ética, se não me falha a memória, pois sempre esqueço o nome das disciplinas que pago, mas o que importa é que o assunto sim era ética.
Começava a aula com o que supostamente é ética: aquilo que o homem é por aquilo que o homem tem que ser, complexo.
No decorrer da aula discutimos (eles, pois eu não tava com vontade de falar no dia, embora isso não seja normal) sobre moral e ética.
Como conclusão tirei que embora muito cobrada a tal da ética é pordemaisdifícil de ser exercida, embora hipocritamente dita ser respeitada.
O questionamento da aula ficou em: vc tem ética? Resposta cabível: depende.
Ué, dique? Do dia,da hora, do humor e etc de coisas.
Saí então listando minha falta de ética (diária) que tinha em mente!
No mesmo dia da aula peguei um ônibus cheio e fiquei no acento preferencial, tá todo mundo faz isso (bando-de-sem-ética), mas agravou por que tinha uma pseudoidosa e eu fiz que não vi, ela era médiavelhinha, mas eu tava cansada Fi/nge que tá dormindo foi a frase pra amiga! Feio, muito feio.
Passando uns dias, pisei na grama onde tinha não pise bem grande, dei de cara com um buraco e quase quebro o pé, acho que foi castigo do deus da Ética.
Entrei na fila de grávidas pq tava com vestido que esconde a barriga média e deixa as pessoas na dúvida se pode ser uns três ou quatro meses (barriga pequena, mas fase de risco, ora!), nessa passei duas horas quase, muito a mais do que o previsto, pobre falsa grávida, Deus da Ética atacou de novo.
Reclamei da operadora de caixa que era lenta demais, mesmo notando que ela apresentava deficiência perceptível, ora-mas-que-função-colocaram-ela, troquei de caixa e nem preciso dizer o que houve.
Embora médias essas não as únicas faltas cometidas por mim, com certeza.
Percebo que fácil é ter moral (daqueles que vai pro bem, já que a moral se define como aquilo que você acredita e impõe para si).
E que as regras da ética não seriam tão difícil de serem mais ou menos cumpridas se tivéssemos subsídio e menos cara de pau para com ela.
Que a gente tenta, mas é difícil ser 24h do dia ético, e que mesmo que o Deus da Ética tenha parentesco com Murphy, os castigos lançados não nos amedrontam tanto.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Seres humanos (?)

Engraçado como algumas pessoas tem uma dificuldade imensa de criar sentimentos ruins pelas pessoas próximas, embora esses na maioria das vezes consigam fazer tanto mal. Bondade demasiada? Não, apenas não são receptoras de sentimentos ruins. E o não guardar sentimentos ruins não significa perdoar a tudo que se faça, a mágoa fica, o que era especial passa a ser trivial,  indiferente.
A dificuldade fica apenas em entender o que se ganha fazendo mal a alguém, embora o mundo de hoje infelizmente mostra que deve-se ganhar muito. O que de bom é que é a dúvida.
O bom é que pessoas que não guardam sentimentos ruins no coração conseguem se livrar do dano que tentaram provocar com mais facilidade.
Mas fica a falta de entendimento de como alguém querido pode ter aversão ao sentimento dado, e isso inclui amor, amizade e maternidade/paternidade.
Incredulidade é o sentimento ao ouvir palavras que ferem serem exibidas como coisas banais. O coração trinca, as mãos tremem, fica a perplexidade, os olhos arregalados e chorosos de que está assustado.
Sentimento de humilhação, rejeição latejam no peito, mas logo vem a força seguida da frase, deixa isso pra lá. Brigar pra quê, se expor pra quê... nada muda. Já foi.
Se tornar malzinho não é a solução, pagar na mesma moeda só te iguala em tudo.
Só resta parafrasear um bom livro, daqueles que te param no tempo – os seres humanos (?) continuam assombrando (frase modificada de a menina que roubava livros).