sábado, 23 de outubro de 2010

Efeito dos defeitos

- [...]Ele ronca?
- Mas ele é tão lindo que eu nem me importo tanto.
- Por enquanto...

Mexido e remexido, pronto chegou ao fim. Não dá mais, não tem mais jeito. É assim que encurta-se a dissertação de um cansativo relacionamento, com uma frase e algumas negativas que bastam pra expressar o sentimento. O engraçado é notar o quanto o tolerável vira intolerável aos olhos de ambos. Dois seres, ao deixarem o embolado dos lençóis, notam que pequenos defeitos e atitudes viram monstros assustadores e sem chances de serem derrotados. E parece que aqueles dias, meses e até anos de tolerância viram munição para uma guerra declarada: a de entender que você não é mais considerada uma pessoa legal.

Ué, mas... e nossas conversas e brincadeiras (amizade) pra onde foram? Pergunta uma das partes (ou ambas, sei lá).

Provavelmente virou pólvora para montar a bala que lhe atingirá o peito, (bem no meio) pra que não restem dúvidas que você não deve mais estar ali. Morreu, xô, cai fora.

domingo, 3 de outubro de 2010

Te protege

Há quem não acredite, mas olho gordo é algo que atrapalha e muito a vida de um pobre mortal. Ambientes carregados fazem com que pessoas tenham não apenas o semblante apagado. Atinge a saúde, atinge o humor, atinge o físico.

Foi assim que ela narrou o que sentiu nesses poucos meses que passou junto de pessoas de pouca luz. Não notou que metade do que tava lhe acontecendo pudesse ter relação a pessoas que por algum motivo tem inveja ou desejam mal. É difícil notar quando você não exerce a prática.

Ao perceber que metade das mazelas vividas, principalmente em relação à saúde não tinha explicação lógica, passou a reparar mais as pessoas que lhe cercavam. Era um olhar, uma palavra ou qualquer coisa que pudesse revelar o que procurava entender. Percebeu o que queria. Não tardou começou a tomar providencias, de cara o resolvido foi o afastamento. Não que não quisesse ou precisasse estar onde estava. Mas a carga era maior que o lucro. E no fim o que chegava às suas mãos vinha tão pesado que ia embora sem ser notado.

Sem precisar se pronunciar o afastamento foi feito, de forma covarde como era o esperado, mas quem vibrou por achar que estava lhe fazendo mal, não sabia o bem que lhe dava.

E na manhã seguinte amanheceu muito mais leve.