sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Do Avesso

Um olhar e muitas afinidades detalhadas em um único encontro.  Era sim um amor natimorto, igual feto que morre no útero sem poder desfilar sua beleza, morreu antes mesmo de nascer. Tão inexplicável acontecimento, talvez acaso, ou destino ou falta de sorte quem sabe.  Um, dois, três dias passaram até que chegaram os meses, reencontro sutil, mais para dar uma explicação, um suspiro e um lamento de ambas as partes.  O que causou a morte prematura de um sentimento aparentemente bonito pela reciprocidade foi entendido e perdoado. Seguiram então conversas, brincadeiras, ternuras e desabafos. Um ausente presente. E como tudo que chega forte causa mudanças, com eles não poderia ser diferente. Revirou os olhos, contorceu o corpo, virou do avesso, entendeu que existia um antes e um depois. E aquele momento que a priori lhe pareceu triste, revelou que antes de morrer plantou semente e o fruto viria a partir de agora (sabia ela) muito doce.