sábado, 22 de janeiro de 2011

Espera

Apesar de não querer reclamar de barriga cheia, ela tava se queixando sim da falta de sorte que insistia em teimar que tinha.

Claro que sua maré de azar não era completa, porém todos os seus patuás não a deixavam imune ao tanto que ela precisava.
Era daquelas que num conjunto de mil pessoas molegando algo ele quebraria sim na sua mão. E ela colocaria cara de culpa, antes mesmo que alguém a culpasse.
Se empenhava ao máximo para deixar longe de si tais influencias pesadas, mas parecia imã que mesmo sem querer atrai.
Não entendia já que fazia parte do lado de bem, que se empenha pelo que ou quem gosta, mas também não reclamava. Às vezes até balançava pelas pancadas que levava, mas logo se punha de pé, forte como tinha que ser.
O ruim nisso tudo era o desapontamento, nas coisas e pessoas. E para tal difícil era repor credibilidade.
Acreditar que tempos melhores virão era sua repetição quase que diária. Sabia que merecia coisas boas. Que mesmo sendo dona de graves erros, nenhum deles abalariam seu merecimento. Até porque tão cedo começou sua história de luta. Mesmo sendo sempre taxada de mimada, por traz da carinha doce de menina existia uma vida que não se enquadrava no padrão de mimo da natureza humana. Mas claro, preferia ficar com seus fantasmas (alguns) só para si.
E nas horas que o peso era demais o corpo reagia. A excitação se tornava enorme a energia tamanhamente inacreditável, não cansava, não parava, nem o corpo nem a mente. A angustia existente a maltratava assim, parecia querer se mostrar presente por horas a fio.
Fechou os olhos e pensou na frase que há alguns dias lhe acompanhava, era de um filme que gosta. Repetiu baixinho: a vida é sobre o quanto você consegue apanhar e continuar seguindo em frente. Quanto você pode tomar e continuar avançando. É como a vitória é feita.
Esboçou um sorriso e foi descansar o corpo (talvez conseguisse).

Aguardaria sabiamente a sua vez.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tentativas em vão

Sabia que tinha uma missão difícil, para muitas quase impossível, agradar quem não se permitia ser agradado, nem agradável.
Tentou, usou aquilo como fonte de inspiração para diversas mudanças, muitas delas criticadas pelo próprio bicho-papão, ou bobão, quem sabe.
Começou mudando o jeito, pelo menos de como era com ele, uma vez sabe-se lá por que não conseguia 100% de naturalidade. Diminuiu o cabelo, abriu o sorriso, soltou palavras, fez cara de braba (embora não fosse), subiu no salto (permaneceu nele), malhou, aumento o diâmetro da perna, enrijeceu os músculos, estudou gramática, copiou mil vezes palavras que errava, decorou nome de música, cantou, amadureceu, torno-se muito mais feminina, seduziu (?).
Contudo ainda percebeu que para o moço era pouco, talvez por que não permitiu usar roupas bregas que parecia agradar-lhe, nem fez o papel cuido da inteligência e esqueço da aparência (pois homem quer conteúdo).

Riu! Tornou a rir! Por fim desistiu e saiu.

Foi dançar por aí e seduzir quem realmente queria ser seduzido. Gostou! E percebeu que não eram poucos.