quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Be-a-Bá



Nada conservar melhor um relacionamento do que uma boa conversa.
Poder conversar de tudo e sobre tudo impossibilita qualquer pontinha de coisa ruim que possa vir a aparecer durante o caminho, preenche o vazio da cabeça, e faz com que essa não gire em torno de suas próprias ideias, por vezes (na maioria) boba! Um bom be-a-bá entrelaça pessoas na maratona da vida que é se relacionar. Conversar é apoio, esclarecimento,  solidez. É dar ao parceiro a parceria necessária, o entendimento das dúvidas, o caminho da decisão. Conversas constroem amigos, e amantes antes de tudo precisam da fidelidade e lealdade de uma amizade, da mesa com dois copos de cervejas e risos, ou até mesmo o franzir da testa num momento de não concordância.
Amar é acima de tudo possibilitar o questionamento. O silêncio é incomodativo, se não existe dor de cabeça, um barulhinho se quer muda toda a concepção do dia, provoca euforia, faz correr adrenalina. Adrenalina essa necessária para estabilizar a sobrecarga da vida, o descompasso da estrada. E no terminar da frase com um ponto final e um olhar interrogativo ou exclamativo, haverá a convicção de que a linha necessária para manter perto mente, coração e ouvido, vai estar ali, afiada e alinhada.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Medo?

  
Síndrome, palavra que entre muitos significados tem o de indício, indício de que muita coisa não estar indo bem, e estas ainda estão um pouco clara, ou omitidas na correria do dia-a-dia. Pânico, palavra que sem precisar de significados já expressa o abalo.
Ao longo de 4 meses, sem dúvidas, foi e será a situação mais estranha já vivida,resumida em duas palavras, falta de controle.
No início a descoberta, o alívio e o não acreditar. No meio a certeza de que tudo estar indo bem, mesmo sem estar. Recaídas, estas são ainda mais assustadoras no entrelaçar de toda uma situação. Recair significar ceder, estar perdendo. Perder amedronta. Medo retorna ao início de tudo, início é sentir novamente.
Tratamento, é terapêutica, é se autoclinicar e remediar tudo, é procurar o controle que não existe, é montar metodologias para seguir a caminhada, é a luz no fim do túnel e a certeza de que tudo passa. É bom humor no meio de situações inusitadas e não vividas, é medo-piada, é fortalecer a base e seguir correndo, por que quem para cai, e cair não é recomendável.
Remédio, é necessário. É diminuição de sintomas fortes, é base para a (re)construção de um novo indivíduo, medroso, mas sensato.

De repente...


...30, e pela primeira vez a idade pesou, não pelas rugas, mas pelo que ainda não plantei. Pela casa que não arrumei, pelos filhos que não tive, pelo  incompleto. Procurar entender que tudo tem seu tempo chega a ser irônico quando a vida pede pressa.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

0,25mg


Nutre
É feito dar energia para o corpo que o amor nos nutre, amor dos bons, de perna bamba e serenata. Amor antigo, amor amigo, que embala, que tonteia.
Ora Maria logo você, morena faceira, daquela que num planta o pé num lugar certo, num amarra a rede e nem sossega o facho. Logo você encantada por José, carinhosamente chamado de Zé. Maria seguiu suspirando amor e brotando elogios pelas terras quentes de sua jornada. Mas tu Maria que tantos problemas tens agora só sussurra Zé ?! O que Zé tem que te desassossega tanto?
Zé é mistura de coisa boa, é manteiga no pão quentinho, é fogueira no frio, Zé tanto erra, mas é benevolente, é estrada pra ser seguida, exemplo pra ser contado. Com tantos defeitos que amá-lo é bom. É vontade de ter filho de tuia e de cheiro no cangote pra arrepiar.  
Zé é árvore frondosa de frutos bons e flores belas, é ser livre na chuva, é beijo demorado.
Zé é 0,25 mg tomado em dose dupla pra dormir o sono dos bons.
Zé é acordar no outro dia e ter a página em branco.
Zé é o sussurro de Maria que não é de prazer, mas é de pesares, era a perda do bom que nunca foi.
Era mais um dia de 0,25 pra acalmar o facho.