Enfim resolveu
aceitar rever o amigo, não sabia se fazia bem ou mal, mas ia.
Naquela noite
sem igual, observo-o com carinho, o jeito desajeitado, o sorriso solto, a
educação simples e o humor vasto foi o que chamou a atenção. Era não menos do
que imaginava, pelo contrário, era muito mais.
Um jantar, se ele soubesse o pânico que eu tenho
de alimentos não convidaria para isso, pensou!
Mas manteve a
calma, ousou escolher o pedido, prato que já conhecia o gosto para facilitar a
dificuldade.
Nota dez,
conseguiu até degustar, coisa que não fazia nos primeiros encontros, geralmente
evitava até comer. Bons pontos para o moço.
A noite seguiu
em ritmo gostoso, resolveram conversar mais, e após um gesto de carinho, um
afago, o que ela tinha desejado fazer, desde o primeiro minuto que o viu
naquela noite, sutilmente aconteceu. Meio tímido, mas não menos intenso. Talvez
anos de desejo estivesse representado ali. Friozinho na barriga, pele
arrepiada, meio adolescente até, coisa que já não eram mais.
Porém a
sensação sentida foi a de um tempo que não passou, a de ter uma pessoa ao lado,
que nunca havia estado tão perto, mas que em tudo parecia tão próximo, gosto de Déjà vu, seriam talvez duas almas que se
encontravam novamente.
Pela
afinidade, pela paz trazida, pelo aconchego dado, jurou ter vivido tal momento
antes.
E aqueles anos
onde tinha a soma de desejo retraído e distância, mantidos pela inocência do
não imaginar o carinho por ele existente, sumiram. E por alguns minutos
voltaram a ser aqueles dois adolescentes.