Estava a se olhar no espelho quando começou a notar a
diferença. A sementinha estava crescendo e já se destacava para o mundo real.
Logo se lembrou de uma aula no tempo da faculdade, onde teve o prazer de ver
pessoalmente o que se via apenas através de um ultrassom, todas as partes
totalmente formadas, delicadeza pura já no início da totalidade dos meses.
Olhou-se imaginando como ficaria bem maior, um breve e gostoso sorriso na face.
Não sabia se era o melhor momento de tê-lo, mas tê-lo era
tudo, e tudo era o que estava precisando no momento.
Tudo que transparecesse em troca de carinho, já que se
sentia tão só, tudo que transparecesse presença, já que a ausência era tão
marcante.
Tê-lo era a importância de sentir a necessidade dos seus
cuidados, era acordar pensando e cuidando de alguém, era amor de sobra para seu
peito vazio.
Tê-lo era a contradição para esquecê-lo, era amar em dobro.
Sementinha frutificando a todo custo, e mostrando que a vida
segue, mesmo quando não queremos estar nela.
É no começo que notamos que o recomeço fica forte, e nos
traz a vontade de continuar vivendo, e nos declarando muito mais integra para estar aqui.
Tê-lo era esperar dias muito melhores.
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