sábado, 23 de junho de 2012

(Re)planejar!



A vida é orgulho, e para tal não é fácil deduzir que se fez a escolha errada. Embora a confirmação do embaraço te faça a partir de agora reeditar de forma correta a caminhada.
Fato é que começamos a juntar nossas peças com a certeza de que a imagem montada será perfeita, seria esse nosso primeiro plano. O tempo gasto,  o sentimento dado, os dias vividos são difíceis de serem tirados do imaginário quando pensamos em replanejar. Será então que tudo que eu fiz foi perda de tempo? Pensa-se no mais. Claro que não, experiências são experiências, e com elas poderemos então tornar o ruim em bom e o bom em melhor.
Chegar ao grau de aceitação de que é preciso mudar, acima de tudo é uma longa caminhada, um duelo entre o que era, o que é e, o que será. Um desequilíbrio que sobressai em sofrimentos, te leva ao chão, te expõem a dúvidas. É o ruminar de ideias que sufoca e tonteia no entra e sai das horas.  Mas como em tudo, a fase ruim se vai e ai começa a reinar a coragem, para pegar um livro se o problema é leitura, para uma demissão se o emprego for o caso e para abrir o coração se o amor for o que tiver em questão.

O importante no fim é saber que  tudo o que se quer na vida é se sentir completo.

Thially Holanda

domingo, 4 de março de 2012

Carta aberta



A vida une, sabe-se lá por que, mas une.
A vida muda, nós mudamos, traduzir e expor essas mudanças é o que não é verdadeiramente fácil.  
A vida leva.
Amar antes de tudo é exposição e coragem, quando tentamos pular esses dois substantivos tudo, exatamente tudo, vem aos poucos a sucumbir.
A vida lamenta.
O não vivido fica, e ficará para sempre na memória, como incerteza. Incertezas machucam um tanto.
Mesmo que não vivido, não exposto e incerto, as lembranças vem. E com elas a da gratidão, da surpresa, dos dias bons, dos sorrisos, da melodia, coisas para sempre boas.
Desistir não é deixar para lá, é não ter coragem de avançar perante os obstáculos, é medo. Medo que vem quando se percebe que o avanço ta sendo solitário. Uma parte vai e a outra tonteia. Amor é dupla.
Escolher é perverso, mas como se vive sem escolha? 
Ter que dizer que A é melhor ou maior do que B, não é o correto.  Se perguntar como é visto, no momento, A e B perante C, é o caminho certo. A vida é presente.
Se apegar ao que foi (passado) pelo bom ou pelo ruim, pela a obrigação de retocar  erros, pelo não direito de repeti-los ou gratidão, prende. A vida vai.
O amor não espera, mesmo quando ele quer, a vida empurra. E quando ele exige para si próprio uma resposta, não quer dizer que isso tudo não é importante, apenas reflete que a vida teve pressa.
Apenas a vida quer ser vivida, na melhor realidade que puder.  A vida não é sonho.
Não com menos encanto, não tão menos apaixonada, não com menos dor.

Apenas silenciando para suportar a ausência de quem todo dia faz falta.

Quem Lê viaja...

... quem escreve também, com o direito de escolher tudo tal qual imaginar.
Como dizia Neruda: Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias. Apoiado.

...

A vida não passa a mão na cabeça de ninguém, é preciso acostumar-se com isso, vamos cair, vamos sofrer, vamos nos decepcionar, o que não podemos é perder a fé, perder a alegria, e a vontade de ser feliz! nada pode ser obstáculo entre você e os seus sonhos!
Autor desconhecido (pelo menos pra mim)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Be-a-Bá



Nada conservar melhor um relacionamento do que uma boa conversa.
Poder conversar de tudo e sobre tudo impossibilita qualquer pontinha de coisa ruim que possa vir a aparecer durante o caminho, preenche o vazio da cabeça, e faz com que essa não gire em torno de suas próprias ideias, por vezes (na maioria) boba! Um bom be-a-bá entrelaça pessoas na maratona da vida que é se relacionar. Conversar é apoio, esclarecimento,  solidez. É dar ao parceiro a parceria necessária, o entendimento das dúvidas, o caminho da decisão. Conversas constroem amigos, e amantes antes de tudo precisam da fidelidade e lealdade de uma amizade, da mesa com dois copos de cervejas e risos, ou até mesmo o franzir da testa num momento de não concordância.
Amar é acima de tudo possibilitar o questionamento. O silêncio é incomodativo, se não existe dor de cabeça, um barulhinho se quer muda toda a concepção do dia, provoca euforia, faz correr adrenalina. Adrenalina essa necessária para estabilizar a sobrecarga da vida, o descompasso da estrada. E no terminar da frase com um ponto final e um olhar interrogativo ou exclamativo, haverá a convicção de que a linha necessária para manter perto mente, coração e ouvido, vai estar ali, afiada e alinhada.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Medo?

  
Síndrome, palavra que entre muitos significados tem o de indício, indício de que muita coisa não estar indo bem, e estas ainda estão um pouco clara, ou omitidas na correria do dia-a-dia. Pânico, palavra que sem precisar de significados já expressa o abalo.
Ao longo de 4 meses, sem dúvidas, foi e será a situação mais estranha já vivida,resumida em duas palavras, falta de controle.
No início a descoberta, o alívio e o não acreditar. No meio a certeza de que tudo estar indo bem, mesmo sem estar. Recaídas, estas são ainda mais assustadoras no entrelaçar de toda uma situação. Recair significar ceder, estar perdendo. Perder amedronta. Medo retorna ao início de tudo, início é sentir novamente.
Tratamento, é terapêutica, é se autoclinicar e remediar tudo, é procurar o controle que não existe, é montar metodologias para seguir a caminhada, é a luz no fim do túnel e a certeza de que tudo passa. É bom humor no meio de situações inusitadas e não vividas, é medo-piada, é fortalecer a base e seguir correndo, por que quem para cai, e cair não é recomendável.
Remédio, é necessário. É diminuição de sintomas fortes, é base para a (re)construção de um novo indivíduo, medroso, mas sensato.

De repente...


...30, e pela primeira vez a idade pesou, não pelas rugas, mas pelo que ainda não plantei. Pela casa que não arrumei, pelos filhos que não tive, pelo  incompleto. Procurar entender que tudo tem seu tempo chega a ser irônico quando a vida pede pressa.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

0,25mg


Nutre
É feito dar energia para o corpo que o amor nos nutre, amor dos bons, de perna bamba e serenata. Amor antigo, amor amigo, que embala, que tonteia.
Ora Maria logo você, morena faceira, daquela que num planta o pé num lugar certo, num amarra a rede e nem sossega o facho. Logo você encantada por José, carinhosamente chamado de Zé. Maria seguiu suspirando amor e brotando elogios pelas terras quentes de sua jornada. Mas tu Maria que tantos problemas tens agora só sussurra Zé ?! O que Zé tem que te desassossega tanto?
Zé é mistura de coisa boa, é manteiga no pão quentinho, é fogueira no frio, Zé tanto erra, mas é benevolente, é estrada pra ser seguida, exemplo pra ser contado. Com tantos defeitos que amá-lo é bom. É vontade de ter filho de tuia e de cheiro no cangote pra arrepiar.  
Zé é árvore frondosa de frutos bons e flores belas, é ser livre na chuva, é beijo demorado.
Zé é 0,25 mg tomado em dose dupla pra dormir o sono dos bons.
Zé é acordar no outro dia e ter a página em branco.
Zé é o sussurro de Maria que não é de prazer, mas é de pesares, era a perda do bom que nunca foi.
Era mais um dia de 0,25 pra acalmar o facho.