domingo, 22 de setembro de 2013

Frutificando

Estava a se olhar no espelho quando começou a notar a diferença. A sementinha estava crescendo e já se destacava para o mundo real. Logo se lembrou de uma aula no tempo da faculdade, onde teve o prazer de ver pessoalmente o que se via apenas através de um ultrassom, todas as partes totalmente formadas, delicadeza pura já no início da totalidade dos meses. Olhou-se imaginando como ficaria bem maior, um breve e gostoso sorriso na face.
Não sabia se era o melhor momento de tê-lo, mas tê-lo era tudo, e tudo era o que estava precisando no momento.
Tudo que transparecesse em troca de carinho, já que se sentia tão só, tudo que transparecesse presença, já que a ausência era tão marcante.
Tê-lo era a importância de sentir a necessidade dos seus cuidados, era acordar pensando e cuidando de alguém, era amor de sobra para seu peito vazio.
Tê-lo era a contradição para esquecê-lo, era amar em dobro.
Sementinha frutificando a todo custo, e mostrando que a vida segue, mesmo quando não queremos estar nela.
É no começo que notamos que o recomeço fica forte, e nos traz a vontade de continuar vivendo, e nos declarando muito mais integra para estar aqui.
Tê-lo era esperar dias muito melhores.  

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