quinta-feira, 20 de março de 2008

Li Marley e lembrei do Bob.

Primeiro falo sobre o livro Marley e Eu - A vida e o amor ao lado do pior cão do mundo.
Marley era um cão tabacudo, mas como todos os cães tinha uma enorme lealdade.
O livro é uma delicia de ler. Retrata uma vida em família com tudo que se tem direito. Paro por aqui porque não gosto de contar o livro todo (ou melhor, me seguro para não contar). Mas eu li e recomendo.


Lembranças de um ou dois Bob

Quem ler Marley não consegue deixar de ir ao fundo da caixinha de lembranças boas e tirar coisas legais para contar de lá. A princípio nem me dei conta da coincidência dos nomes Marley e Bob, ou Bob e Marley. Pois é esse era meu cão. E assim como vários leitores da coluna de John, eu também afirmo que tinha o pior cão do mundo.
Esse era Bob, um cão que chegou aqui novinho, uma bolinha de pêlo negra com patinhas marrons. Bob era uma mistura de pastor com doberman o que deu a ele um belo porte quando crescido. Assim como Marley, Bob aprontava e muito, me lembro dos dias em que saíamos e quando chegávamos em casa todas as camas estavam desforradas e coberta de pêlo. Lembro do nosso cão de guarda que roncava no sofá e podia ser levado no colo que nem tava aí para a casa. Leve o que quiser, mas não me acorde.
Lembro também que ele não ia com minha cara (certo dia fiquei em cima do sofá com uma vassoura por horas só por que ele vomitou e não queria me deixar limpar, rosnou pra mim até alguém chegar). Ele também tinha a mania de dar uma mordida em minha bunda toda vez que passava por ele. E como um bom tabacudo quando dizíamos: pega! Pega!. Ele corria em direção a pessoa que mandou ele pegar. Mas ele era um bom cão daqueles que quando te via triste chegava junto e ficava por horas ali com você. Fidelidade e lealdade canina, claro.
Mas eu não posso falar de Bob sem falar do meu bichinho concomitante a Bob, o Cotoco (meu pardal), lembro do dia que meu irmão chegou e disse: abre a mão, e colocou um pássaro que havia caído do ninho, perdido no chão. Meu pequeno dependente me tirou da depressão de uma doença que na época me consumia aos poucos e corria risco de se agravar. A depressão foi cedendo pelo fato de me sentir dando vida a um serzinho, e foi assim pacientemente que fiz aquele bichinho que nem pena tinha direito sobreviver. Lembro-me da papa de farinha com leite que lhe fazia comer. E dele recebi uma "fidelidade canina". Um amor tão incondicional. Imagina você que eu tinha um pássaro que voava atrás de mim por toda a casa, que ficava em cima dos meus livros enquanto estudava e que adorava coca-cola e chocolate.
O fim do meu pequeno bichinho de pena prefiro não comentar, pois foi bem triste. Mas posso dizer que um dia depois de perder ele, perdi também o meu cão Bob. E se pros amantes dos bichinhos doe perder um, imagina perder dois. Bob venho falecer vitima de um fungo em sua ração (provavelmente), logo quando tudo aconteceu nem entendemos o que houve, ele após comer sua ração com carne moída chegou até nós salivando, sem entender nada mandamos ele ir deitar, segundos depois ele parecia tá engasgado, quando percebemos que parecia sério, só então levamos ele para o veterinário (poucos metros de minha casa). Chegando lá quando foi colocado na maca já estava morrendo. E foi o médico quem disse que ele foi envenenado, pois sua língua tinha uma coloração meio azulada.
Dois dias tristes e seguidos em nossa casa. Lembro da frase do meu pai: você não devia criar bicho já que se apega tanto.
Anos depois (uns 9) encontramos um vira-lata machucado na minha rua, minha mãe com pena deu comida e água a ele e, em um dia de muita chuva ao a ouvir o seu gemido na rua lhe deu abrigo. Nunca mais nos livramos! Por uns tempos.
Logo recebeu o nome de Bob 2, nada criativo. Mas ele tinha cara de Bob.
Esse era um escroto, malandrão. Fazia caras e bocas pra conseguir o que queria e chorava por tudo, chorava pra tomar banho, chorava por uma bronca. Chorava por comida. Quando víamos tava ele: caim, caim,caim. Mó vítima.
Tinha hábitos péssimos como seguir você feito um louco pela rua afora (aos pulos). Mas era um bom cão também. Alegre, autêntico demais e com um poder de persuasão incrível. Ah, ele também era tabacudo.
Eis que um dia mais ou menos cinco meses depois de se tornar nosso novo morador quando minha mãe foi à venda (e ele atrás como sempre) ele viu um homem em uma bicicleta e ficou louco de alegria por causa do homem. Minha mãe chamou ele e nada. Quando ela chegou junto disse: ele gostou de você. O rapaz perguntou: você cria ele desde pequeno? Minha mãe: não, ele apareceu machucado na minha rua há uns meses. E o rapaz exclamou: não acredito!!! É Zureia. E quando ele falou o suposto nome do cachorro (o nome era msm sua cara rsrs) Bob 2 entrou em transe de alegria. O rapaz perguntou: a senhora deixa eu levar ele? E explicou que ele tinha corrido atrás do carro e tinha sido atropelado e quando ele teve a notícia e foi procurá-lo não mais encontrou.
E foi assim que Bob 2, ou Zureia se foi, com o rabo abanando e sem nem olhar pra trás.
Lealdade e fidelidade canina!

7 comentários:

Unknown disse...

Nunca tive cão, nunca tive biche nenhum.... pra dizer a verdade já criei um galo e uma galinha casa da minha vó, mas era na casa de vó. Em casa eu já tive peixe-beta, mas sempre deixava ele morrer, na briga ou de maus-tratos mesmo! =P

Céu disse...

Menino mau
:P

Anônimo disse...

Gente que historia LINDA

Anônimo disse...

ops.. continuandoo ..
eu AMEI. ainda mais que eu tenho uma cachorra a 8 anos (pra mim ela ainda tem 5 anos poaksopasksak)
ai eu sou apaixonada nelaaa.. ela é minha vida :D
;*

Anônimo disse...
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Céu disse...

Então da uma lida no livro, Nane.
Tu vai amra mais ainda
bjo-pro-cê

Céu disse...

Ops! *amar