quarta-feira, 13 de novembro de 2013

7 vidas por puro ensinamento.



Há quase 13 anos ou mais ganhei uma integrante a mais na família, que decidiu fugir da sua casa e viver na minha, poucas casas depois na mesma rua, sua insistência era tanta que aos poucos deixamos ela ficar, teríamos sido nós escolhido por ela. Tão bonitinha e engraçada, andava aos pinotes que tinha muito mais de cabra do que de gata.
Sua especialidade era tanta que na primeira barriga, quase perde a vida por causa de uma cabeça malvada, não era sua hora, deu a luz a três pequenos (um nem tanto) gatinhos. Com poucos dias sua ninhada aumentou e chegaram quatro companheiros levados sorrateiramente pela sua mãe, que pela lógica dos bichos não diferente a de alguns humanos, irmãos mais velhos tem que cuidar dos mais novos. Ela não se impôs, cuidava carinhosamente de todos, com mais alguns dias, novos filhos, estes encontrados na casa da vizinha após morte da mãe (uma gata de rua), quando eu e ela também achamos que ia acabar chegaram mais dois, filhos de um parto Cesário e tristonhamente rejeitados, somaram-se treze de diferentes idades, que nem nos seus tantos peitos cabiam, mas que sadiamente todos cresceram e se fortaleceram cobertos de carinho. A danada não me deu muito sossego, floresceu minha casa de bichos, que para “tristeza” da minha mãe eu sempre me apegava e não queria dá-los, principalmente quando criativamente colocava nomes (e como gostava), como boa mãe usava o espaço tranquilo da minha rua para correr e dar piruetas com os seus muitos filhos, e todos da rua nos divertíamos com eles. A sua doçura e maternidade era tanta que quando menos esperava ela estava dormindo com as minhas sobrinhas na cama.
Sobreviveu a um envenenamento, um atropelamento e uma cirurgia pesada, fazendo jus a fama de terem 7 vidas, mas perdeu como todos nós para o tempo, contudo encarou os últimos dias de cabeça tão erguida que foi impossível não admirá-la.
Por Tigrão, Kessy Jones, Toty, Ted, Punk, Pink Picote, Adam, Nick, Belinha, Brendon, Nino e outros que não recordo o nome, ela deu alguns pequenos passo e selou com carinho o focinho do Jordan, também seu, mas que há muito só se estranhavam, ele a olhou deu um pulo e correu, talvez tímido ou por ter entendido o que aquele ato significava, eu de longe com os olhos marejados esperando o que já ia acontecer pensei: como os bichos são muito, mas muito mais humanos que nós. Ficou ai a prova. 

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